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segunda-feira, maio 6, 2024

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Copa do Mundo: artista do Qatar homenageia Brasil e pinta gol de Richarlison

O artista plástico Patric Rozario, de 57 anos, cresceu numa floresta de Bornéu e se lembra, que, desde sempre, é um apaixonado por futebol. “Meu único brinquedo era uma bola e eu costumava jogar futebol com os meus amigos na floresta. Minha família também ama futebol e, por isso, quando soube que a Copa do Mundo seria no Qatar, decidi que homenagearia o esporte com uma série de pinturas retratando o futebol de base, aquele jogado nas periferias, favelas e até mesmo florestas, para mostrar que o futebol de verdade não está só nos estádios”, conta.

O artista plástico Patric Rozario

Apaixonado pelo futebol brasileiro, ele decidiu homenagear o jogador brasileiro Richarlison e pintou o golaço que o centroavante marcou na estreia da Seleção contra a Sérvia. “Eu sou um grande admirador do futebol brasileiro e acompanho os jogos da Seleção. Aquele gol foi algo incrível, que precisava ficar eternizado”, disse.

A pintura, agora, faz parte do projeto Grassroots Football Painting reúne 100 pinturas feitas com aquarela e café que retratam não só a paixão pela bola, mas os vários tipos de jogos, personagens e a cultura de vários países. Rozario recorreu a fotógrafos amadores e profissionais espalhados pelo mundo em busca de histórias boas e imagens inusitadas.

Futebol das Noivas, na praia do Gonzaga, em Santos
Reprodução

Por meio dessas pinturas, desejo lembrar às pessoas que todo jogador profissional começou no nível de base. O futebol de base é importante também para apoiar milhões de pessoas em todo o mundo na manutenção de estilos de vida saudáveis. Meu objetivo é que milhões de pessoas vejam, identifiquem, apreciem e reconheçam as pessoas comuns e os lugares onde se joga futebol, onde os sonhos nascem e os campeões são criados”, resume o artista.

Foi aqui que tudo começou, nos becos, nas aldeias, nos arrozais e nas favelas. Esse trabalho é sobre a alma do futebol, o futebol sem regras, sem rédeas, sem restrições ou apitos dos árbitros. Às vezes, até sem bola: jornal enrolado, trapos e qualquer coisa que as crianças possam chutar. Monges, senhoras, freiras, idosos, crianças e, praticamente qualquer um, menos jogadores de futebol profissional”, diz.

Entre as personagens eternizadas por Rozario está Qhourinnisa Endang Wahyudi, uma jovem muçulmana que criou o freestyle football e faz malabarismos com a bola usando um hijab. O pintor conta que a moça, natural da Malásia, conseguiu marcar seu território em um esporte dominado por homens.

Outra modalidade retratada pelo pintor é o pok-a-tok, uma espécie de ancestral do futebol. A modalidade foi criada pelos maias cerca de 1.400 aC. Os jogadores atuam em um campo inclinado e só podem usar as pernas (nem os pés são permitidos) para tentar fazer uma bola cruzar um arco. “Esse jogo tem um caráter ritualístico que representa uma batalha entre o bem e o mal pelo futuro do mundo. Antes da partida os participantes, que usam vestimentas especiais e têm os corpos pintados, rezam para Hunahpú, deus maia que foi sacrificado após perder o jogo”, explica Rozario.

Indígena da tribo Paresi tenta cabecear a bola durante a competição ‘Jikunahati’
Reprodução

Rozário diz que entre suas obras, treze cenas do Brasil foram retratadas, já que o “país respira futebol”. Ele ficou impressionado quando viu a foto de uma pelada jogada em uma quadra construída numa plataforma da Petrobras. “Esse é o nível de comprometimento do governo brasileiro com o esporte”, conta.

Outras imagens que o impressionaram foram a do Futebol das Noivas, na Praia do Gonzaga, em Santos; a de um jogo entre internos da Fundação Casa e a de um indígena da tribo Paresí, jogando Jikunahati (no qual o participante usa a cabeça ao invés dos pés para manipular a bola) durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas.

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