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sexta-feira, maio 3, 2024

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“Identidade Confinada”, a rima mais que falada de Cardoso de Matos, CrackPiece, Law Tissot e Yannick Hara

Atravessando as áreas da História, Sociologia e da Antropologia, Cardoso de Matos lança o seu mais novo poema “Identidade Confinada”, que aborda a questão da identidade brasileira fortemente influenciada pelo eurocentrismo e pelas políticas de embranquecimento.

O poeta pela voz de Yannick Hara e nos beats de CrackPiece, inicia com uma provocação listando várias denominações, de modo geral pejorativas, atribuídas a pessoas que trazem em seus corpos os traços resultantes do “encontro” de distintas etnias. A democracia racial como elemento da identidade nacional é um mito que fica evidente quando observamos que as pessoas utilizam com muita naturalidade tais denominações pejorativas sem nenhum pudor.

No final do poema o eu poético denuncia que a linguagem é um veículo de confinamento, que classifica as pessoas aprisionando-as. Como forma de superar isso propõe um não conceito “não sou parte sou inteiro 100% mestiço 100% brasileiro.

A expressão “minha avó veio no dente do cachorro ou foi pega a laço no alto do morro”, é muito comum no interior do estado do Espírito Santo. Este relato naturaliza a violência sofrida pelas mulheres indígenas (adultas e crianças), que eram retiradas de suas famílias e obrigadas a conviver com aqueles que as raptaram. No silenciamento da violência contra os povos originários no Espírito Santo não existe espaço para expressões como “meu avô raptou e estuprou mulheres indígenas, uma delas era minha avó.”

Com a arte e produção de Law Tissot, Cardoso de Matos se une novamente a Yannick Hara e CrackPiece nessa rima mais que falada. Assista abaixo “Identidade Confinada”.

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