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domingo, maio 5, 2024

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Face da Morte no “Estilo Boombap” resgata a essência do Hip Hop em novo trabalho

Aliado G e Mano Ed resgatam a essência do Hip Hop em seu novo trabalho, a música “Estilo Boombap”, um hino de resistência em todos os sentidos. Dois MC’s armados do bumbo e clap, aliados ao DJ Erick Jay – tetracampeão do mundo em cima das pick-ups -, em frente ao graffiti de Raquel Brust, feito na parede do Colégio de São Bento, o berço do Hip Hop – o qual homenageia ativistas de lutas indígena e LGBT -, e bboys dançando em celebração. É neste cenário que o Face da Morte emana seu grito de resistência.

Estilo Boombap” busca inspiração no hino antifascista “Bella Ciao”, canção ecoada pelos Partigiani, ou seja, homens e mulheres que se mantinham como resistência ao fascismo, um organizado e responsável pela derrota de Mussolini. A canção ficou muito famosa devido a série espanhola “La Casa de Papel”, que retrata uma resistência moderna ao capitalismo.
É nesse clima que une o passado e presente que “Estilo Boombap” também se apresenta como resistência. Um rap contemporâneo que bebe da fonte da cultura, homenageia os pilares do movimento Hip Hop e une os quatro elementos (entre si) e com demais elementos da arte e esporte periférico, como o skate/patins e a capoeira, além de promover a inclusão, onde alguns irmãos em situação de rua se aproximam das gravações e são convidados a participarem do clipe. O pacto foi formado, aliás, essa é a marca característica do Face da Morte: a união.

O grupo originário de Hortolândia une em seu som as dores dos marginalizados do Bronx dos anos 70 com a luta dos negros escravizados no Brasil ao som do Berimbau. A “Bomba H” que estourou com essa mistura é homenageada nesse som, assim como artistas do nosso rap que escreveram a história desse rap verde e amarelo e sobretudo antifascista. Tudo isso no centro da cidade, mais precisamente no Largo da São Bento, onde boa parte do filme foi captado, o local é a gênese do Hip Hop paulista e influenciou a cena brasileira do final dos anos 1980 e início dos 90.

Rap antifascista é pleonasmo, já que todo rap deve ter essa posição, ser contra os colarinhos brancos, assim como é pleonasmo rap com scratches, já que todo ritmo e poesia deveria ser acompanhado de riscos e mais riscos. Mas vivemos em tempos complexos, nem todo óbvio é praticado e muitas vezes é necessário sair da caixa e declarar o essencial em um rap, “Estilo Boombap”, que tem o bumbo, o clap, o DJ e o scratches e deixa fascistas de pernas para o ar!

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