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sexta-feira, abril 26, 2024

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O candomblé brilha em “Vou na Fé”, clipe do rapper Nouve

Segundo dados da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro mais de 70% de 1.014 casos de ofensas, abusos e atos violentos registrados no Rio de Janeiro entre 2012 e 2015 são contra praticantes de religiões de matrizes africanas. Em 2015, a menina Kaylane Campos, então com 11 anos, foi atingida por uma pedra na cabeça, no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio, quando voltava para casa de um culto, ela trajava vestimentas religiosas candomblecistas. Neste ano a Rede Record foi condenada pelo o TRF-SP , a se retratar das ofensas veiculadas na programação da emissora e outras que são ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus.

Diante deste contexto de abusos e violência o rapper baiano Nouve lançou o videoclipe “Vou na Fé” que tem como temática o Candomblé, o clipe conta com a participação da Ìyálòrìsà mãe Dialá e mostra uma relação muito bonita do cuidado e carinho que seus adeptos vivem dentro da religião, ao mesmo tempo que por outro lado, o preconceito sofrido pelas pessoas da Umbanda e Candomblé, enfrentam num Brasil intolerante, de acordo com dados do censo do IBGE de 2000, as religiões afro-brasileiras agregam apenas 0.3% da população, mas estudiosos do tema afirmam que os percentuais das pesquisas são subestimados, pois boa parte dos afro-brasileiros declaram-se católico ou espírita, por uma questão histórico-cultural.

Em um momento em que o preconceito racial ainda afeta toda uma população da nossa sociedade é importante resgatarmos nossas raízes africanas, a música tem um grande papel dentro dessa desconstrução de pensamentos atrasados.

O clipe foi roteirizado e dirigido pelo próprio Nouve, e gravado e editado por por Robson Borges, da produtora Aion Imagine. A música é uma parceria com Japa System e produzida por Nave.

Nouve, que é baiano, do bairro de Cajazeiras, em Salvador (BA), está há dois anos em SP, aqui ele trabalha com desenvolvimento de produto no Lab Fantasma, empresa do rapper Emicida, lá pode mostrar mais uma faceta de sua personalidade e que soma em sua carreira, “Uma área que tem me ajudado bastante a ter um outro olhar para o meu trabalho, no processo de construção e identidade visual merchandising”, diz . Segundo o rapper o que o atrai em seu trampo é ver que por mais que seja difícil a caminhada dos artistas independentes, ele ainda consegue pensar em inúmeras possiblidades para veicular seu trabalho.

Depois que chegou em São Paulo, Nouve tem se dividido entre as duas cidades e reconhece que aqui em SP é onde tudo acontece e que a cidade funciona como uma vitrine para os artistas. “São Paulo é o berço onde tudo acontece e acaba tornando-se uma vitrine, pois as outras cidades querendo ou não estão com o olhar para o que está acontecendo aqui, e as marcas também, mas pondera que nos últimos tempos uma grande quantidade de artistas baianos tem contribuído para que uma nova cena esteja se desenhando”. “Salvador respira a arte, muitas pessoas super- talentosas trabalhando, porém muitos deles não conseguem ganhar a visibilidade que merece. No entanto confesso que ultimamente o cenário tem mudado e alguns artistas estão conseguindo furar o bloqueio e rodar alguns estados”.

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