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quarta-feira, abril 24, 2024

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Quando tudo isso começou?

É um desafio falar de machismo no rap, corro o risco de não ter leitor, porque falar da mulher, de uma forma que não seja dentro de um padrão que os homens estão acostumados a nos ver, não tem graça, não tem audiência.

Há muito tempo presto atenção nas redes sociais, sites e blogs do ramo, e percebo que a presença feminina é tímida, não que as minas não estejam trabalhando, não que as minas não estejam compondo, produzindo ou o “fazendo os corre”, mas a mídia não fortalece como deveria, isso é fato.

Vejo muitas manas reivindicando a ausência de convites em festivais e shows por aí. Penso: que capacidade é essa que temos em ser invisíveis?

A invisibilidade é tanta que um dos rappers mais respeitados da cena, o Marechal, conseguiu falar de sua caminhada no rap, sem citar uma rapper, a rima está na música “Quem tava lá”, parceria com o grupo Costa Gold, cuja letras é um verdadeiro show de horror de puro machismo e misoginia.

As minas reclamaram, não só dos moleques do Costa Gold, mas da postura do Marechal em legitimar esse discurso e ajudar a reverberar e endossar esse preconceito. Vão dizer que é mimimi, mas cadê a representatividade?

Nos blogs e sites não deu nada, “a rima do Marechal é loka”, mas e a gente? E nós minas? Nós também estávamos lá: Dina Di, Sharylaine, Flora Mattos, tantas outras.

Ontem, a rapper Livia Cruz mostrou que as mulheres também estavam lá, numa letra-desabafo, a MC conta sua história, seus corres, seus obstáculos, no rap: não é de hoje, por ser mulher tem que fazer dez vezes melhor, mas ninguém acredita, a música foi minimizada, foi chamada de alfinetada, de diss. A letra emociona porque nós nos vemos nela, sempre estivemos lá, mas não nos veem. O machismo também cega. Também fazemos parte dessa história.

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