Mauricio Severo é um artista conhecido por suas canções africanas com uma mistura muito latina, seu single “Exu Mavile Mavambo”, é uma canção preparada pelo produtor Ezio Dugarte, com a intenção de recuperar as canções sagradas do grupo étnico africano com o melhor dos ritmos latinos, imergindo-se em suas raízes e entendendo cada uma delas, e com uma mistura de tradições e culturas, com o mesmo significado e sincretismo. Pelo tema, Mauricio Severo recebeu o prêmio de melhor canção no Afro Latin Music Awards 2022, em Puerto Rico. Sua canção, com mais de 10.000 visualizações no YouTube, leva o prêmio para a Espanha, onde o artista vive há mais de dez anos, após uma festa de gala que aconteceu em abril passado e contou com a presença de Pitbull, Ricky Martin, Maluma e Karol G.
Essa canção de Severo se curva a Esú, uma divindade originária da Nigéria, energia que rege a transformação e o movimento do universo, o poder masculino da procriação humana, a nova era e a tecnologia, misturando os diferentes avatares de Esú adorados em outras nações e línguas em diferentes partes do mundo, Exú na Nigéria, Mavile ou Mavambo no Congo e Angola, Legbá no Togo e no Benim, até chegar à América onde em Cuba é conhecida como Eleguá, no Haiti como Papa Legbá, Brasil como Tranca Rua e María Padilla, outras entidades brasileiras que foram sincretizadas e evocadas com diferentes nomes e estradas, Esú Lalú, Esu Tiriri entre outras.
Essa grande mistura de linguagens e tradições deu o formato para aquela melodia fabulosa, onde o produtor musical Ezio Dugarte, introduziu uma infinidade de percussões, instrumentais, ritmos venezuelanos e muita magia, nascendo assim “Exú Mavile Mavambo”, canção que fisgou um público jovem e moderno. Abidán Pérez Leal, é o antropólogo social e cultural, responsável por fazer todo esse resgate antropológico, no aprofundamento do corpo e da alma no conhecimento dos costumes, na compreensão da cultura e tradição de cada região e sua ancestralidade.
Mauricio Severo possui um conhecimento ancestral, adquirido ao longo de mais de 20 anos de estudos e aprendizados, em suas inúmeras viagens à África, onde catalogou mais de mil canções tradicionais da cultura iorubá, traduzidas para o português e espanhol.
