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sábado, abril 20, 2024

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niLL continua saga futurista na nova mixtape “Good Smell Vol. 2”

Imagine um universo sem barreiras, onde o progresso é tamanho que os humanos se misturaram com os robôs e as pessoas são livres para fazer o que bem entenderem. Essa é a sociedade idealizada pelo rapper niLL, membro da Sound Food Gang, que lança a mixtape “Good Smell Vol. 2”, o quinto projeto do artista em estúdio. A primeira parte do projeto “Good Smell” foi lançada em 2018.

Com produção executiva feita pela Tomada Cultura, a gravação do álbum foi contemplada através do edital do ProAC – Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo. Os instrumentais são de Ryam Beatz, Soundflex, Tan Beatz e O Adotado e a capa, idealizada por Bru Yeah. Com nove faixas, o disco tem participações de Alt Niss, Ashira e Bivolt, seguindo a ideia de convidar apenas artistas mulheres para cantar. 

Ouça “Good Smell Vol. 2”:

Universo da mixtape

Neste segundo volume, revela-se o nome da jovem Lilith, metade mulher e metade máquina. Agora, a personagem, também mostra seu rosto na capa, antes só se conhecia o corpo, com um braço orgânico e outro metálico.

O título das canções, assim como na primeira mixtape e o nome da própria personagem, homenageia personalidades femininas. A lista inclui nomes ligados à música, como Evelyn Dove, Rosetta Tharpe e Tia Ciata, até Dorothy Vaughan, primeira mulher negra a ser promovida chefe do departamento de pesquisas da NASA.

São várias personalidades que admiro, me identifico, muitas são da música. Tem a Tia Ciata, que foi fundamental para o surgimento do samba carioca.Também coloquei o nome da protagonista em uma das faixas, já que não tinha feito isso no volume um”, explica niLL.

Transformações e aprendizados de Lilith

Agora, mais detalhado, o mundo da jovem Lilith é uma sociedade que sofreu profundas transformações. Em tempos mais remotos, a população era dividida entre homens, mulheres e os “agregados”, viajantes de outra linha do tempo, vieram para mostrar e avisar aos líderes que a população estava vivendo de uma forma errada.

No meio da guerra, os sobreviventes encontraram nos destroços, armas trazidas pelos agregados e, a partir disso, estudaram sua tecnologia. Uma delas é o automail, nome dado ao braço biônico da protagonista idealizada por niLL. Porém, as pessoas não viviam em harmonia, e um terrível episódio conhecido como Change Day mudou para sempre as estruturas do planeta: cerca de 30% dos cidadãos foram mortos, sendo a maioria dos exterminados do sexo masculino.

Com isso, as mulheres tomaram conta dos principais cargos de poder, propiciando o avanço de diversas pesquisas e estudos que estavam arquivados por falta de incentivo dos superiores, até então, todos homens. 

Sobrevivente do Change Day e considerada uma heroína de guerra já aos 16 anos de idade, Lilith, hoje com 25, não teve uma infância marcante, mas, com a vida, aprendeu coisas tão incríveis quanto pilotar naves e técnicas de autodefesa: o amor incondicional pela música, traduzido na bateria que a personagem gosta de tocar.

Inspirações e Sonoridade

A ideia da mixtape veio do cheiro dos perfumes femininos, que inspiraram o artista a criar distintas melodias. Diferente do último álbum – “Lógos”, lançado no ano passado – em que o rapper narrava as histórias de sua loja de brinquedos, este projeto não segue um cronograma organizado, mesmo tratando-se de uma continuação.

As sonoridades do disco vão do house e os sintetizadores pesados do new wave, até o tamborzão do funk junto com synthwave, criando um clima tropical e dançante. A mixagem e masterização é de Ramiro Mart.

Eu venho testando essa mistura do funk tamborzão com o new wave, tem muito disso na mixtape. Acho que as duas coisas casaram muito, também é um ponto de unir as duas tribos”, diz o artista.  

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