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sábado, abril 27, 2024

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Bastidores: The Notorious B.I.G. “Life After Death”

[Este artigo foi originalmente publicado em Abril de 2003 pela XXL]
Álbum: Life After Death
Artista: The Notorious B.I.G.
Conhecido como: Biggie, Biggie Smalls
Data de disponibilização: 25 de Março de 1997
Duração: 109:12
Gênero: Rep
Categoria: CD
Ano: 1997
Selo de gravação: Bad Boy Entertainment, Arista Records
Código da área: 212
Cidade: Brooklyn
Estado: New York
Disco duplo merecedor?: Sim. O projeto final de Biggie é amplamente considerado como um dos maiores álbuns de rep de todos os tempos.
 
O Life After Death provou ser um título tristemente profético para o segundo álbum de Christopher “The Notorious B.I.G.” Wallace, de 24 anos. Claramente, o rimador do Brooklyn tinha tudo mapeado. B.I.G. seguiria seu álbum de 1994, Ready To Die — um conto de moralidade da rua que termina com o suicídio infligido — com uma afirmação musical expansiva que comemorou o amor recém-descoberto do MC e todas as suas recompensas.
Gravado em 18 meses, em Nova Iorque, Los Angeles e Trinidad, Life After Death documenta o capítulo final extraordinário e trágico na vida de uma estrela ascendente. As sessões foram interrompidas quando B.I.G. foi preso por posse de maconha e arma, um acidente de carro que quebrou sua perna e como crescentes pressões da fama. E, claro, tudo estava ocorrendo sob uma sombra de um frenesi imediato que cercava uma disputa interpessoal entre o grande e repper da Califórnia, 2Pac.
Disponibilizado em 25 de Março de 1997, menos de um mês depois de B.I.G. ter sido tragicamente assassinado enquanto deixava a festa do Soul Train Awards em Los Angeles, Life After Death vendeu uma gigantesca 690 mil cópias na primeira semana, de acordo com a SoundScan, estreando no #1 nas paradas de Pop e R&B da Billboard, superando uma marca de vendas certificada pelo álbum da platina de 2Pac, All Eyez On Me, juntando-se ao álbum de Hammer, Please Hammer Do Hurt ‘Em, como um disco de rep certificado de diamante.
No sexto aniversário do notório MC, a XXL entrevistou amigos, associados e outros artistas que desempenharam um papel na edificação de seu álbum clássico. Reunidos aqui, suas lembranças dão um vislumbre faixa por faixa para um processo criativo que resultou em uma das conquistas artísticas mais duradouras do hip-hop. Todos saldam Big Poppa! — Keith Murphy
Representantes:
Sean “Puffy” Combs: CEO da Bad Boy Records e produtor executivo de Life After Death
Steven “Stevie J.” Jordan: Membro fundador do Hitman, equipe de produção interna da Bad Boy
Deric “D-Dot” Angelettie: CEO da Crazy Cat Records; membro fundador do Hitman; e A&R de Life After Death
Lil’ Cease: Amigo de longa data do B.I.G. e membro da Junior M.A.F.I.A., grupo de rep do Brooklyn
Lil’ Kim: Repper de Bed-Stuy, primeira mulher do grupo Junior M.A.F.I.A.
Nashiem Myrick: Produtor, membro do Hitman
Jadakiss: Membro do trio de rep The LOX, formalmente assinado com a Bad Boy
D. Roc: Amigo de infância e confident longa data de Biggie
Havoc: Membro do grupo de rep Mobb Deep
DJ Premier: Produtor, membro do duo de rep Gang Starr
Chucky Thompson: Produtor, membro do coletivo Hitmen da Bad Boy Records
Krayzie Bone: Um dos quatro membros do grupo de rep de Cleveland, Ohio, Bone Thugs-N-Harmony
Layzie Bone: Um dos membros do grupo Bone Thugs-N-Harmony
Carlos Broady: Membro do Hitman
Carl Thomas: Cantor de R&B da Bad Boy
Easy Mo Bee: Produtor de música rep do Brooklyn
RZA: Membro do conglomerado grupo de rep Wu-Tang Clan
DMC: MC do Run-DMC
Kay-Gee: Membro fomador do grupo de rep Naughty By Nature e CEO da Divine Mill Records
Buckwild: Produtor do Bronx
Schoolly-D: Um dos pioneiros do gangsta rep, natural da Filadélfia
Clark Kent: DJ e produtor hip-hop.

Disco 1


1. Intro

Produzida por Sean “Puffy” Combs e Steven “Stevie J.” Jordan

 

Stevie J.
: Eu e Puff estávamos no estúdio apenas tentando pensar como poderíamos começar o álbum. D-Dot veio com essa sugestão legal enquanto estávamos no processo de pensamento, de colocar todos os antigos discos de Biggie juntos, como com seu primeiro CD, muitos skits de lá e interlúdios que não usávamos. Nós só queríamos ouvir todo o álbum e fazer o que precisávamos, para apertar o começo e tornar o fim ainda mais emocionante.

2. Somebody’s Gotta Die

Produzida por Nashiem Myrick, Carlos Broady e Puffy

 

Puffy
: “Somebody’s Gotta Die” foi a primeira música que gravamos. A letra não era para ninguém, não era uma ameaça, não era uma mensagem subliminar subjacente. Muitas vezes, quando MCs falam sobre algo e é gangsta e é violento, você fala sobre inimigos ou inimigos adversários. Mas não era nada de costa leste/costa oeste… Simplesmente não era para ninguém. Foi apenas uma letra qualquer. Biggie tinha letras como essa antes que houvesse rixas, você sabe. Então muitas coisas que as pessoas começaram a procurar e a ler simplesmente não estavam lá, honestamente. Se enganavam.

3. Hypnotize

Participando: Pam Long

Produzida por Deric “D-Dot” Angelettie, Ron Lawrence e Puffy

 

D-Dot
: Quando Biggie primeiro ouviu “Hypnotize” tocar, ele quis fazer isso. Eu fiz a música e escolhi esse sample e Ron Lawrence esquematizou isso. Eu e Puffy ajudamos Biggie, adicionando o refrão e o que quer que precisássemos para mantê-lo fluindo. Puffy realmente não faz batidas. Ele não se senta na máquina de ritmos ou toca instrumentos, então nós entramos naquilo dizendo a nós mesmos, “Tanto faz o que podemos fazer para ajudá-lo com seu selo, se ele quer coproduzir uma música conosco, não tem problema.” E foi assim que aconteceu essa situação.

4. Kick In The Door

Produzida por DJ Premier

 

DJ Premier
: Puff não gostou dessa música. Quando eu lhe mostrei a faixa, ele me disse no elevador, “Isso não é formidável, Preme. Eu preciso de algo mais sinistro, como ‘inacreditável’.” Eu disse, “Essa merda é foda sim.” Ele respondeu, “Eu preciso de algo mais profundo.” Eu disse, “Isso é.” Ele rebateu, “Você não está fazendo isso como você costumava.” Foi exatamente o que ele disse. Eu pensei que ele estava fazendo isso apenas para arrumar desavença comigo, porque foi quando ele realmente começou a viajar com lances sobre segurança. Eu estava começando a pensar que ele estava tentando me fazer sentir pequeno. Mas, no fim das contas, Puff sabe que é meu mano. Eu e ele ficamos loucos, apesar do fato de que ele não gostou dessa faixa em particular, e então quando fizemos, eu disse, “Eu disse que essa merda seria quente.” E Puff disse, “Eu disse que queria ler a letra primeiro.” Eu respondi, “Ok, entendi.”
Puffy: Eu realmente não gostei dessa batida no início. Uma vez que escutei as letras de Big, uma vez que eu ouvi o rep, isso me extasiou como a batida, isso me fez entender de onde ele estava vindo. Porque esse é o tipo de relacionamento que tivemos. Você sabe, se eu não gostasse de algo, ele ainda tinha liberdade para experimentá-lo. Eu gostava de opinar, e na maioria das vezes ele ouvia. Então esse foi um dos casos em que ele se sentiu forte.
Nashiem Myrick: Nas disse que essa música era para ele, mas quando Big disse “Son, I’m surprised you run with them/ I think they got cum in them, ’cause they nothin’ but dicks”, ele estava falando sobre Jeru the Damaja para Premier porque Jeru estava insultando Biggie e Puff e todos eles [na faixa “One Day” produzida por Premier].
Lil’ Cease: Big falou um pouco sobre Nas nessa faixa. Foi a parte do King Of New York, o último verso, “This goes out for those that chose to use disrespectful views on the King of NY.” Foi quando Nas disse em um freestyle, “I’ll take the crown off the so-called King and lock it down.” Isso começou quando Biggie foi capa da revista The Source, que estava na capa “The King of New York”. Então Big estava apenas falando de rixa, mas sendo indiretamente, porque era assim que ele estava com Nas. Ele não estava dizendo de quem ele estava falando. Big disse algo como, “Eu sou um alvo, mas não vou explodir. Ele é o único nigga que vai saber do que estou falando.” Todos os outros não entenderiam, porque você tinha realmente que ouvir as letras. Você precisa ouvir as letras indiretas, as linhas indiretas. Ler nas entrelinhas.
Puffy: Parte da música foi para Nas, mas não era algo realmente desrespeitoso, era mais como uma coisa subliminar. Nas estava fazendo isso. Wu-Tang estava dizendo essas coisas em seus projetos. Nós todos estávamos dizendo coisas subliminares nos projetos, mas isso não era a ponto de trocarmos socos quando nos encontrávamos. Não era como algo realmente sério. Era mais uma parada sapiente, entende? Como pequenos golpes sapientes. Então quando você ouve isso, você pensa tipo, “Uau!” Se você fosse o destinatário, até você iria rir disso, porque não era algo que mancharia a sua imagem na rua. Nem todo mundo estava ligado nisso.

5. Fuckin’ You Tonight

Participando: R. Kelly

Produzida por Daron Jones (112) e Puffy

 

Lil’ Cease
: Tínhamos acabado de ser presos novamente por posse de maconha e armas. No dia seguinte, Puff nos tirou de lá. Nós saímos da prisão e fomos direto para o estúdio — sem cintos, sem cadarços nos sapatos, sem nada.
D. Roc: Nós fomos presos, então pensamos, “Nós estamos na merda. Precisamos ganhar dinheiro. É hora de ir ao estúdio.”
Lil’ Cease: Puff disse a Biggie, “Estou aqui com R. Kelly. Estou tentando encaixá-lo no álbum. Venha.” Então fomos lá. R. Kelly entrou no estúdio e Big estava agitado, falando, e a próxima coisa que R. Kelly fez foi ir para a cabine e cantou o refrão para a música. Big nem teve seus vocais. Nós só queríamos ter a voz desse nigga no álbum. No dia seguinte Big escreveu seus versos.

6. Last Day

Participando: The LOX

Produzida por Havoc, coproduzida por Puffy e Stevie J.

 

Jadakiss
: Quando fizemos “Last Day”, nós ainda estávamos, não diria novatos, mas nós éramos novos para a família Bad Boy. Recebemos a ligação de Darren [Dean] da Ruff Ryders, nosso gerente naquela época. Ele queria que fôssemos para a Daddy’s House. Nós nem sequer sabíamos que estávamos entrando em um grande álbum, então quando ele nos ligou para participarmos, ficamos extasiados. Nós descemos lá, entramos e fumamos — costumavam tê-lo como o Templo de Shaolin. De qualquer forma, o beat batendo, Junior M.A.F.I.A. estava lá, e nós estávamos bebendo, fumando pesado, vivendo o sonho, só pensando, “Estamos prestes a entrar em uma música com Big!”
Puff era o superintendente, mas em relação a música, Big poderia fazer o que quisesse. Ele disse, “Nós vamos fazer uma parada sinistra”, porque isso não seria um single. Ele apenas nos disse para fazer e deixar rolar. Provavelmente demoramos um pouco mais do que o habitual, porque era Big e provavelmente estávamos um pouco nervosos. Mas depois que acalmamos, enrolamos um par de sedas, nós fomos bons.
Eu tinha um verso que eu queria usar, algo que eu já tinha. Eu estava provavelmente me sentindo letárgico. Eu usei-o para Big e ele disse, “Nah, Kiss, eu sei que você pode fazer bem melhor do que isso. Não use esse, faça algo agora.” Eu pensei, “Merda, Big me disse para fazer diferente. Eu sei que eu tenho que vir com outro.” Então eu escrevi novamente e gravei, e ele sentiu que era uma parada diferente.

 

Big colocou seu verso por último. Ele deixou geral chapado. Os niggas estavam no chão completamente chapados e só entrou na cabine para gravar lá pelas seis, sete da manhã, e aí colocou seu verso sinistro. Nós finalmente conseguimos fazer direito. Estávamos cansados. Nós éramos jovens. Toda essa erva estava nos matando naquela época.
Havoc: Recebi uma chamada de Puff, ele pediu uma participação para Big e ele queria alguma parada bem rua. A batida que acabou no álbum não foi a batida original que eu tinha feito. Eu fiz uma batida que Puff gostou e o carretel foi roubado. Então eu precisei engendrar uma nova batida. Puff coproduziu comigo e então The LOX dropou seu conteúdo sobre isso. Puffy adicionou tipo uma fita de um som estranhamente engraçado. Era quase semelhante ao ritmo original, mas o original era muito melhor do que isso. Eu gostaria que isso pudesse aparecer agora. Eu tinha começado com um scratch. Eu tinha gravado diretamente para o carretel e alguém foi lá e roubou.

7. I Love The Dough

Participando: Jay-Z, Angela Winbush

Produzida por Easy Mo Bee

 

Nashiem Myrick
: Jigga e Big, aqueles que realmente estavam batalhando. Ambos não escrevem suas rimas, eles apenas dizem o que vem na mente. Não se prendem nas rimas, mas vão à elas com habilidade. Era uma visão para apreciarmos. Era como: “Deixe-me ver o que este cara vai fazer na cabine.” Você poderia dizer que eles estavam testando uns aos outros.
Easy Mo Bee: Eu notei que Puff estava passando muitas batidas, só dizendo, “Nah…” Então eu estava verificando o que eles estavam fazendo e eu estava tipo, Ok, então essa é a direção que eles estão indo. Eles estavam pegando uma abordagem mais comercial, de R&B aproximadamente. As batidas eram mais calculadas e limpas, usando frequentemente os teclados. Eu perguntei a Puff, “Lembra — de Rene & Angela, ‘I Love You More’?” Puff disse, “Yo, faça isso. Eu não quero falar sobre isso, faça logo.” Então eu fui e iniciei, jogando a bateria, uns teclados na faixa e tal. Não tinha ideia do que Big ia cantar. Eu nem sabia que ele iria entrar no último minuto no estúdio e dizer, “Yo, Mo, eu vou fazer isso com Jigga!” Eu estava olhando para ele e perguntei, “Sério?” E Big entrou com Jay, e eles começaram a representar. Imagine duas pessoas, passeando de um lado para o outro, atravessando entre si, e não se olhando, fazendo seu processo de escrita em sua cabeça, murmurando para si mesmos, conseguindo suas letras corretas e entretendo entre si. Eles estavam fazendo seu tempo. Era eu, D-Dot e não lembro do engenheiro. Lembro que Puff entrou com uma menina desconhecida. Depois de um tempo, Big veio até mim e disse, ‘Yo, eu e Jay, vamos sair por um tempo. Voltaremos.’ Aquela noite foi a última vez que vi Big. Eu esperei e esperei que eles voltassem, e ficou muito tarde, eu simplesmente disse a D-Dot, “Estou saindo.” Até hoje, gostaria de ter estado lá quando Big, Jigga e Angela Winbush fizeram as vozes e tudo. Eles foram lá e conseguiram Angela Winbush. [Quando ouvi] Big, Jay-Z e Angela Winbush, reiterando “I Love You More” para “I Love The Dough”, eu pirei. Eu fiquei tipo, Uau, eles estão fazendo isso soar da melhor forma. Eles voltaram e trouxeram a mulher original. Eu sei que isso foi definitivamente uma ideia de Puff. Eles foram e conseguiram a artista original. Fez com que ela cantasse o refrão, não apenas para cantar o refrão mas reiterar e mudar as palavras. Eu fiquei feliz com isso.

8. What’s Beef

Produzida por Nashiem Myrick e Carlos Broady

 

Lil’ Cease
: O beat original era para ser dos Bone Thugs. Então um dia Biggie estava sentado lá sozinho e colocou três versos juntos com eles e um refrão e foi disse, “Eu vou dar um gás nessa música.” Foi fácil, mas, novamente, Big fez tudo parecer fácil. Não era realmente sobre ninguém em particular. É apenas para explicar aos niggas o que é realmente uma treta. Ele estava falando sobre uma confusão real de quando sua família e seus filhos não estão seguros. Ele estava colocando um verdadeiro nível gangsta nessa música, não apenas uma coisa qualquer de um nível-bandido. Quando você está indo para a guerra com um nigga que é perigoso e você é perigoso — esse é o tipo de situação que você precisa se preocupar. Foi uma música verdadeiramente sinistra.

9. B.I.G. (Interlude)

Produzida por Biggie e D-Dot, contendo samples de Schoolly-D “PSK (What Does It Mean)”

 

Schoolly-D
: Eu sabia que B.I.G. iria fazer “PSK”. Ele era um dos meus reppers favoritos. O que aconteceu de engraçado foi que os manos mais novos estavam chegando até mim depois dos meus shows dizendo, “Uau, você está cantando a música de Biggie.” Eu ficava pensando, “Como assim?!”

10. Mo’ Money Mo’ Problems

Participando: Puffy e Ma$e


Produzida por 
Stevie J. e Puffy

Stevie J.
: Ma$e veio até mim no estúdio um dia com esse sample “I’m Comin’ Out”. Ele disse, “Quando você vai usar isso aqui? Ou no meu álbum, ou no álbum de Puff ou no álbum de Big?” Então nós colocamos a faixa primeiro, mas ninguém sabia quem iria participar. E então quando Big veio com “B-I-G P-O-P-P-A!”, ficamos todos como, “Que parada sinistra foi essa?!” Esse foi o encaixe perfeito de Big. Todos sentiram isso.

11. Niggas Bleed

Produzida por Nashiem Myrick, Carlos Broady, Puffy e Stevie J.

 

Nashiem Myrick
: Eu acho que isso foi feito depois que ’Pac morreu. Eu fiz isso na casa de Daddy’s House. Essa é uma das músicas que Big demorou um tempo. Depois que ele fez o primeiro verso, ele parou por um tempo, e depois voltou para finalizar o resto.

 

Carlos Broady: Na verdade, esse foi o encaixe que nos agitou. Eu precisava usar isso. Eu não estou dizendo [o nome da gravação que foi sampleamos].

12. I Got A Story To Tell

Produzida por Buckwild, co-produzida por Chucky Thompson e Puffy

 

Buckwild
: Big estava vibrando, e ele estava procurando batidas para entrar no álbum. Big era o tipo de cara que poderia haver 50 pessoas na sala que ele ainda estaria ligado ouvindo. Você podia reproduzir 50 batidas e achar que ele não estava prestando atenção, porque ele está sentado lá, fumando e botando fumaça para fora, mas focado. E então no final ele dizia, “Eu quero a número 12, e bota a 30 também.”
A música foi feita, e todos me disseram que a música ficou incrível. Era isso que eu estava ouvindo da galera. Mas tivemos grandes problemas com o sample. Quase não fez parte do álbum. O fato de trabalhar com Puff era uma bênção, porque ele tinha pessoas que podiam resolver esses problemas de samples. Chucky [Thompson], sendo um excelente músico, ele repetiu e encontrou exatamente o mesmo som. Chuck precisava mudar uma ou duas notas. Se eu tocasse o original e o sample, não há nada realmente diferente.
Chucky Thompson: Puff tocou algumas músicas, tentando me ajudar. Ele tocou “I Got A Story To Tel”, e eu simplesmente adorei. Mas ele e Harve disseram que não poderiam usá-lo por causa de um problema com um sample. Eu sabia o que era necessário. Era a noite dos Grammys. Então eu fui direto dos Grammys para a Daddy’s House, e eu estava lá com um smoking, apenas tentando acabar com isso, porque eles estavam envolvendo o álbum. Puff realmente não entendia o que estava fazendo. Acho que a pressão estava sobre ele. Ele disse, “Nós vamos acabar estragando a música.” Eu disse a ele, “Apenas relaxe. Apenas saia da sala, vá sentar sua bunda em algum outro lugar. Deixe-me lidar com isso.”
Gostei da forma original que Buckwild fez. Tudo o que tínhamos que fazer era tirar um pedaço, o que no sample original era realmente apenas a parte da harpa. Eu sabia que se eu conseguisse chegar ao ponto em que ficasse irreconhecível, estaríamos bem. Então entrei, peguei o violão e comecei a preencher as peças. Peguei as mesmas melodias. Mudei alguns dos instrumentos. Movi o da harpa para o violão, coloquei um pouco de harpa lá dentro.
D-Dot: Eu posso estar errado, mas nunca ouvi um repper contar uma história — contar uma história inteira novamente sem perder a formidabilidade. Em “I Got A Story To Tell” Big conta a história sobre como ele conheceu essa garota. Ela era sinistra. Ele foi ao porão sem saber que ela estava com esse rapaz do basquete. O rapaz do basquete voltou para casa, e para sair de lá, Big teve que fingir que estava roubando-a. Então parece que ela está sendo roubada ao invés de disposta a fazer sexo com Big. Então depois que ele termina a história, a batida toca e então ele volta e diz exatamente sobre o que ele fez, caso você não conseguisse entender, como se ele estivesse falando com seus manos. Essa foi uma parada criativa que eu nunca tinha visto ninguém fazer.

 

Disco 2


13. Notorious Thugs

Participando: Layzie Bone, Krayzie Bone e Bizzy Bone

Produzida por 
Stevie J. e Puffy
 

Puffy
: Big entendeu o quão importante era o Centro-Oeste e o Sul naquele momento. Ele amava Bone Thugs. Sendo que ele realmente gostava de melodias, ele realmente gostava de Bone Thugs.

 

Krayzie Bone: Puff me ligou um dia enquanto estávamos na Califórnia, dizendo, “Venha no estúdio esta noite.” Então fomos. Assim que entramos, Big nos recebeu assim, “O que todos comem, bebem e fumam?” Foi um choque como ele era simples e pé-no-chão. Esse nigga costumava ser sério e durão em seus reps, mas quando você o conhecia, via um cara verdadeiramente humilde. Havia muitas coisas que ele queria saber sobre nós e sobre nossos flows. Ele queria saber como nós fazíamos nosso estilo e como fazíamos nossos vocais. Ele estava nos observando fazendo nossas partes dizendo, “Puta merda, todos esses niggas são fodas!”
Layzie Bone: Eu cheguei com um par de ervas e cerca de 15 minutos de sessão, já estava nas mãos de Biggie [risos]. Eu disse: “Este nigga roubou minha erva!” Mas não digo nada porque era uma ocasião tranquila. Quando soubemos que Biggie gostou do nosso estilo, foi quando Bone recebeu respeito pela nossa parada. Era como se toda a indústria nunca nos desse o nosso Ps. Mas Biggie estava nos contando aquela noite inteira no estúdio, “Todos entraram e emergiram-se tão fugaz. Esses niggas são incríveis.” Ele estava boquiaberto com a gente. E nós dissemos a ele o quanto nós tínhamos amor por ele.
Puffy Daddy, Biggie, Bone Thugs-N-Harmony, Lil’ Cease…

D. Roc
: Layzie havia desmaiado no caminhão. Como eles pediram uma Hennessy, foram bebendo sozinhos. Ele era o mais bêbado de todos e todos pensando, “Esse nigga vai estragar a nossa noite.” Quando foi a vez dele, eu fui e toquei na janela. O rosto dele estava no vidro — letárgico, nocauteado. Eu bati. Ele saiu do carro, foi para a cabine, fez o verso em uma só tomada e foi e desmaiou novamente, de tão chapado.
Stevie J.: Depois que os Bone Thugs entraram e fizeram sua parte, Big precisou se concentrar o máximo. Ele disse, “Eu não estou encaixando o meu. Eu tenho que esperar. Esse estilo não é o que eu estou acostumado.”

 

Lil’ Cease: Ninguém podia estar na sala [quando Big estava gravando seu verso] para essa faixa. Ele realmente queria sentar-se lá e dominar essa merda, porque ele sabia que estava prestes a fazer algo muito, muito diferente.

 


14. Miss U

Produzida por Kay-Gee


Kay-Gee
: Me aproximei deles. Eu tinha uma ideia para samplear. “Missing You” de Diana Ross, era sobre isso que eu estava falando. Essa faixa é reproduzida, não sampleada. Eu sempre gostei dessa música e pensei que um dia seria quente sobre alguns tambores. Meu mano escreveu o refrão e juntou. Ele colocou as palavras e finalizamos. Foi especificamente para Biggie. Então eu liguei para Puff. Eu tinha que localizá-lo. Eu enviei para eles, e Puff nos ligou e disse: “Big vai adorar isso! Ele definitivamente vai querer fazer essa parada, mas eu quero colocar 112 nisso também. Você vai ficar chateado se botarmos os 112 fazendo isso em vez do seu mano?” Não foi um problema.
Lil’ Cease: A música era sobre O. Esse era o mano de Big, alguém que Big costumava lidar todos os dias. Ele teve seu fim ali mesmo no bairro. Ele foi morto em uma loja em Brownsville [Brooklyn], não muito longe de onde éramos. Ele foi baleado duas vezes no peito na loja.

 


15. Another

Participando: Lil’ Kim

Produzida por 
Stevie J. e Puffy



Stevie J.
: Essa música foi engraçada, porque eles estavam se atacando de verdade. Kim estava bolada. Big disse, “Fuck you, bitch.” E ela era retribuiu, “Fuck you too, nigga.” Você ouviu todo esse xingamento? Acredite, isso foi real ali mesmo. Eles estavam realmente passando por algumas coisas na época.
Lil’ Kim: Tivemos um grande desentendimento. Eu tinha ouvido falar sobre o envolvimento dele com alguma garota. Nós estávamos falando sobre o que aconteceu, e, de repente, me estressei e fui para cima dele [socos no ar]! E meu amigo Mo tentou me agarrar, e D. Roc entrou no meio. E eu bati em Biggie com força. E ele estava com muletas, então chutei-as no chão!
Eu disse, “Você precisa ficar porque eu talvez precise de você para me ajudar com minhas linhas.” E ele disse, “Eu não vou ajudar você. Foda-se. Você vai me dizer como você se sente. Eu sempre solto meus sentimentos e você também vai fazer isso. Então vou ouvir isso quando terminar.”
Eu sempre quis que ele me tratasse como um bebê. Eu estava realmente mimada e queria que ele estivesse comigo 24/7. Eu queria ele no estúdio. Naquela época, eu não gostava de ficar no estúdio com Puff sozinha, porque ele é um pé-na-bunda! Biggie sabia como eu trabalhava, então ele me deixava fazer o meu lance — sentava na parte de trás e vinha até mim a cada meia hora ou a cada hora. Puffy vinha a cada cinco minutos! “Você tem alguma coisa? Me deixa ouvir.” Eu respondia, “Eu estou tentando criar aqui. Eu não vou conseguir com você toda hora atrás de mim!”
Muitas das letras eram verdadeiras. Eu tive que ir ao tribunal para Big quando ele teve esse caso em Camden, Nova Jersey. Você sabe, algum promotor disse que Big o espancou, então eu tive que ir ao tribunal e testemunhar por ele e defendê-lo. Eu estava realmente brava! Eu flagrei Big fodendo com uma menina — em ação. E eu fiquei furiosa!
Depois de fazer a música, nunca mais o vi. Acho que talvez o tenha visto uma vez antes de partir para Los Angeles.

 



16. Going Back To Cali

Produzida por Easy Mo Bee


Easy Mo Bee
: Eu sempre quis fazer algo com Zapp “More Bounce To The Ounce”. Eu queria a atenção de LA. Havia muita tensão, Costa Leste/Costa Oeste. Meu gerente na época era de Los Angeles. Ele disse: “Olha, em Los Angeles, nas festas de quarteirão e nas festas caseiras, quando “More Bounce” surgiu, essa foi a parada que fez todos ficarem loucos. Esse sempre foi o hino de Los Angeles.” Você tendo essa tensão de Costa Leste/Costa Oeste, senti que talvez através da música ou uma batida, todo mundo pudesse ficar de acordo, ou em harmonia…
Eu estava no carro sozinho, ouvindo rádio. Eu acho que estava ouvindo 98.7 Kiss e acho que eles jogaram [“More Bounce”] como uma parada mais antiga. Eu estava no carro andando à toa por aí, mas eu nunca tinha ouvido isso antes. Eu estava falando comigo mesmo na minha cabeça, “Você nunca fez nada com isso. A razão pela qual você nunca usou antes é porque muitas pessoas já usaram.” Mas todos basicamente já tinham feito. Ninguém cortou isso como se fosse “Funky President”. Então tive a ideia de fazer a bateria viajar da mesma maneira que a música normalmente, mas fazer a linha de baixo como algo totalmente diferente.

 

Quando me deram a canção terminada, eles disseram, “Yo, Você não ouviu essa parada? Big destruiu na sua produção.” Quando eu ouvi, “I’m going, going/ Back, back/ To Cali, Cali”, eu disse, “Awww merda, cara! O que todos vocês estão fazendo?” Eu senti como, estamos criando problemas aqui? Porque naquela época, você poderia ter tomado dois caminhos diferentes para “I’m Going Back To Cali”. Você pode pegar isso como Eu estou indo lá arrumar briga, ou você poderia enxergar isso como algo que ele expressou na música, como mulher e maconha. Basicamente, se você ouvir a música, não é negativo em nenhum aspecto. Mas apenas o título… Eu não fui em frente, isso me assustou um pouco. Eu fiquei pensando, “Yo, será que essa é a coisa ideal a fazer agora?”
Puffy: Todo mundo sempre temia quando íamos para a Califórnia, e tivemos problemas, e nós estávamos muito cônscios disso, mas estávamos tentando torná-lo positivo. Isso foi apenas dizer que estávamos voltando para se divertir. Ele estava dizendo que tinha amor por Cali. Só porque ele teve um problema com uma pessoa, ele não iria dizer que não gostava de toda a Califórnia.

 



17. Ten Crack Commandments

Produzida por DJ Premier

Samples de Chuck D “Shut 
Em Down


Premier
: Nós fizemos, e o problema era que Snoop estava lá assim como Daz Dillinger — e isso foi durante o tempo de confusão. Eles estavam lá relaxando, mas era tudo amor. Para fazer uma longa história curta: em “Ten Crack Commandments” Big entrou lá e fez os vocais e a única coisa que Big me instruiu a fazer além do que já estava estabelecido era, “Toda vez que eu disser o número um, número dois, número três, pegue esse scratch de Chuck D e arrume-o quando eu disser o número.” Eu disse, “Sem problema.” Eu fiz isso, e veio a ser outro sucesso. Eu acho que é uma das melhores músicas que ele já fez. Assim que terminou com os vocais, ele disse, “Premier, eu fiz isso. Eu fiz isso. Eu sou o melhor!” E essa foi a última vez que o vi.
O fato de a música ter sido intitulada “Ten Crack Commandments”, Chuck não concordou. Ele não queria sua voz afiliada a qualquer coisa que envolvesse o uso de drogas ou beber álcool, sexo ou o que quer que seja. Então eles vieram atrás de mim e da propriedade de Biggie, dizendo que, basicamente, violamos o fato de que o usamos em uma música que incentivou o uso de drogas. Eu não olhei assim, porque, para mim, essa música foi para os manos da rua. Então, para encerrar isso, eu disse a ele — isso foi depois que Big já tinha feito, e [sua morte] ainda estava fresca — eu avisei a Chuck, porque eu estava em tour com ele, e disse, “Yo, Chuck, por que você não facilita isso? Porque eu sinto como, porque é injusto passarmos por isso, já que Big está morto e ele não está aqui para defender este processo. Você vai colocar sua mãe através dele? Eu não acho que isso seja espiritualmente justo.” Ele disse, “Você sabe o que isso significa? Se tudo sair do controle, eu vou morrer.” Eu disse: “OK, tudo bem.”
Eu encontrei Chuck um dia em torno do meu bairro em que eu vivo agora. Ele me tocou no meu ombro, ele estava com seus filhos e conversei com ele um pouco. Nunca mais falei com ele e comecei a ter um pouco de ódio por ele até certo ponto. Senti que ele era um hipócrita. Eu nunca processaria um homem morto, especialmente Big. Eu pensei que estava espiritualmente errado, especialmente pelo que ele representa. Porque eu amo Chuck D como letrista, intérprete e escritor e como chefe do Public Enemy. Eu amo o que ele representa, e eu senti desrespeito da parte dele sobre o fato de que ele não podia deixar a morte de um homem anular um processo. Preferia deixar tudo nas minhas costas do que ter que processar a propriedade de um homem morto. Isso colocou um grande dano no jogo de rep. Mas eu vi Chuck

 



18. Playa Hater

Produzida por Puffy e Stevie J.


Stevie J.
: “Playa Hater” foi feita com Ron Grant da banda Blue Angel. O estúdio estava localizado no 321 west 44, mas o Blue Angel [clube de strip] estava bem ao lado. Havia uma banda que costumava tocar lá, um monte de irmãos quentes, eles eram simplesmente bons. Eu estava tipo, “Vocês querem gravar alguma coisa comigo?” Eu e Puff levamo-nos para o andar de cima e fizemos em uma só tomada. A coisa louca foi Big cantando. Ele queria fazer um álbum inteiro de baladas. Ele queria chamá-lo de Big Ballads.
Lil’ Cease: Nós estávamos chapados e cantando, e tocando os vocais. E Puff veio e mudou toda a parada. Isso foi uma besteira. Quando ouvimos isso no álbum, comentamos como, “Esse nigga apagou todo o nosso lance.” Puff costumava querer ser o centro das atenções. Ele queria ser famoso.

 



19. Nasty Boy

Produzida por Puffy e Stevie J.


Stevie J.
: Tivemos um problema com essa música. Usamos o sample Vanity 6 “Nasty Girl”. Eu e Puff fizemos uma viagem para ver o Prince e ele não nos permitiu usá-lo. É por isso que eu fiz o baixo e fiz algumas coisas funky originais no início.

 


20. Sky’s the Limit


Participando: 112


Produzida por 
Clark Kent



Clark Kent
: Um dia estávamos em Nova York então Big podia gravar alguns vocais em “Who Shot Ya?” Então voltamos para encontrar o ônibus e eu tinha uma fita cheia de faixas. Ele estava dizendo, “OK, isso é para Junior M.A.F.I.A., isso é para Junior M.A.F.I.A., isso é para Junior M.A.F.I.A….” Foi assim que ele escolheu todas as faixas para Junior M.A.F.I.A. logo naquela fita. Então ele disse, “Essa é para mim.” Eu disse, “Cara, você não está fazendo um álbum para um ano e meio, dois anos.” Ele disse: “Eu não me importo — apenas pegue isso. É para mim.” Eu tive que dizer a ele que Akinyele também queria isso. Ele subsistiu dizendo: “Isto é para mim.”

 


21. The World Is Filled


Participando: Too $hort, Puffy e Carl Thomas


Produzida por 
D-Dot e Puffy



Carl Thomas
: Na época, eu ainda não tinha assinado oficialmente com a Bad Boy. Puffy e eu ainda estávamos negociando. “The World Is Filled…” realmente me ajudou a tomar uma decisão até onde eu queria estar. Eu fiquei realmente orgulhoso disso quando terminou. Foi algo que Big amou, e quando ele me viu, ele me permitiu saber disso. Esse foi um dos maiores elogios que eu poderia receber…
Eu, sendo do Centro-Oeste, costumava assistir meus tios no jogo e os diferentes personagens cafetões no bairro. É divertido, o refrão que escrevi, “The world is filled with pimps and hoes…”, foi na verdade parte de um poema que escrevi na sala de estudos no décimo ano. Eu tinha 15 anos de idade.

 



22. My Downfall

Participando: DMC

Produzida por 
Nashiem Myrick, Carlos Broady e Puffy



Puffy
: Esse era eu. Essa foi a minha raiva. Eu estava com raiva de toda a situação e de tudo o que estava acontecendo no hip-hop em torno de nós. Havia pessoas contra nós na minha própria área, muitas pessoas adicionando combustível ao fogo. Senti que tinha ciúme e havia gente realmente rezando e esperando que alguém nos matasse. Haviam rumores. Haviam rumores sobre “Big foi baleado” ou “Puff foi baleado” rolando antes de algo realmente acontecer. As pessoas estavam olhando para nós como, Vocês estão realmente em alguma confusão, mas espero que algo realmente aconteça. Então é por isso que a música diz “Pray for my downfall”. As palavras foram para para tudo e todos e foi uma música realmente emocional.

 

Nashiem Myrick: Carlos tinha essa faixa em Trinidad e a maneira como Big fez isso, a batida parecia louca porque soa como uma batida jamaicana. Foi assim que Big fluiu sobre isso. Ele não contava a armadilha ou algo assim. A maneira como ele fluiu propositalmente parece que foi em três batidas em vez de quatro. Puff conseguiu um vocalista. Então eu trouxe DMC para fazer o refrão, porque Big queria que o refrão fosse “Pray and pray for my downfall”. Eles queriam conseguir alguém para reproduzi-lo. Eu tinha uma faixa para usar nisso, mas não pareceu certo porque o registro interferiu. Então eu consegui o próprio DMC para entrar e fazer os vocais.

 

DMC: P. Diddy me ligou e me pediu para fazer essa parte. Foi tirado de Run-DMC “Together Forever” — a parte em que eu disse, “MCs have the gall, to pray and pray for my downfall.” No início eu pensei que eles queriam que eu fosse lá só para ver a faixa original. Mas eles disseram, “Nah D, queremos que você faça isso.” Quando esse registro saiu, foi a maior coisa do mundo para mim. Isso me fez grande como uma montanha. Isso me tornou relevante para os caras atuais. Em todo lugar que eu ia, era como, “Yo, é o DMC no álbum de Big.”

 



23. Long Kiss Goodnight

Produzida por RZA


Lil’ Cease
: Isso foi em uma noite. Isso foi sobre ’Pac. Ele tinha algo sinistro no início disso, porém, ninguém ouviu isso. Tivemos que mudar isso. Foi um pouco ofensivo. Não consigo lembrar o que Big disse sobre ele, mas foi terrível. Isso não podia ser feito. Ele não queria fazer. Mas ele não queria demais. Ele só queria adicionar e deixar o nigga saber, “I know whats going on, and I could get wreck if I want to.” Para, “If I really wanted to get on ya niggas, I could.”
Puffy: Naaah. Isso é apenas uma letra de algum MC. Eu sei que as pessoas querem sua imaginação, mas é apenas uma letra. Você está ouvindo isso da boca de um cavalo. Eu digo a verdade. Se Biggie fizesse uma música sobre 2Pac, ele falaria seu nome. 2Pac tinha feito “Hit ’Em Up”.

 

RZA: Biggie sempre foi muito legal comigo. Ele gostava do som do Wu-Tang. Ele me pediu para estar no álbum. Eu não sabia se todos em sua equipe iriam concordar com isso, porque em um momento havia um pouco de tensão no ar — com o álbum de Raekwon [Only Built 4] Cuban Linx… e algumas das declarações que foram feitas. Mas sempre fomos legais um com o outro.

 

Biggie escreveu o verso depois do acidente. No começo, nós tínhamos Cappadonna fazendo o refrão, falando um monte de coisas. No início, você pode ouvir Cappadonna. Então Puff fez sua parte no final. Eu não sabia que ia estar lá, mas eu sei como eles trabalham. Eu não estava no estúdio quando eles fizeram isso. Foi algumas semanas depois que ele fez o verso. Eles queriam mixar, mas eles nem sabiam onde colocar as coisas. Eu tinha muitos sons lá. Eles não sabiam o que eu estava pensando.
Tínhamos cerca de 10 elementos musicais básicos nessa faixa. No final ele está falando sobre todo mundo que estava fodendo com eles naquele momento. Ele poderia ter falado sobre mim [risos], porque meio que falamos mal de Biggie no álbum Cuban Linx….

 



24. You’re Nobody (’Til Somebody Kills You)

Produzida por Stevie J. e Puffy, co-engendrada por DJ Enuff 

Vozes de fundo por Faith Evans



Stevie J.
: O Rev. Hezekiah Walker entrou enquanto nós estávamos consertando o refrão em “You’re Nobody (’Til Somebody Kills You)”. Eu estava rindo. Nós vamos à sua igreja, eu e Puff.

Essa música mostra Big cantando o refrão. Ele dizia, “Eu tenho esse refrão… [cantando] ‘You’re nobody…’Big não estava lá nesse dia em que Faith estava. Ela dizia, “O que eu tenho que cantar?” Puff explicou, [cantando] “You’re nobody ’til somebody kills you.” Mas era exatamente como ambos cantavam naquela faixa juntos — marido e mulher. Isso foi sexy, certo?

 

 

 

 

 

 

 

 

Manancial: XXL MagazineRap Music Guide

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