Após entrevistar grandes nomes do rap nacional, o roteirista, comediante e repórter Ronald Rios, apresenta seu novo trabalho, assumindo o microfone Ronald soltou a faixa “Caneta”, que tem produção por Wzy.
“Caneta, fala sobre minhas experiências pessoais e sentimentos político-sociais. Quando falo que vários garotos da favela não prosperaram e acabam se envolvendo na vida do crime; é porque vi isso acontecendo com alguns amigos e tento apontar a falha do Brasil com aquele garoto ou garota.”, conta Ronald.
“Quando falo “quem viveu o Alemão, sobrevive em Gaza”, quero dizer que nada pode me abalar no dia-a-dia. Morei no Complexo do Alemão por 22 anos e todo mundo que mora ou morava em quebrada, sabe o que vê lá: no Rio o problema era a PM, o Caveirão e a guerra entre facções. Passei um tempo em Gaza durante o conflito mais pesado dos 20 anos. Essas foram situações que me deixaram com a casca grossa.”, explica.
“Não posso me afetar se você gosta ou não de mim. Então não é uma metáfora quando digo, por exemplo, que já me apontaram fuzil e drone. A PM já me apontou fuzil, a Rota já me apontou fuzil, bandidos no Alemão já me apontaram fuzil – porque não reconheceram meu carro. E o exército israelense desceu um drone a 15 metros da minha cabeça em Gaza para ver quem eu era. Então a mensagem central: é nada pode me abalar. E cada um tem as suas experiências duras, então nada pode te abalar também. Entende? Por isso eu falo no final que a gente pode ser inimigo ou aliado. Porque no fundo, todo mundo tem como adaptar a sua vida ao sentimento da minha letra.”, conclui.
Confira os 6 episódios da série Histórias do Rap Nacional, em que Ronald Rios conversa com personalidades do rap nacional.
Como o próprio Ronald disse, “Rap novo, Cai dentro”.