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sexta-feira, abril 26, 2024

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Flipoços recebe comitiva inédita de escritores moçambicanos

Pela primeira vez na história da literatura de língua lusófana, uma comitiva de escritores moçambicanos vem ao Brasil e participa do Festival Literário de Poços de Caldas, o Flipoços, que está na 12ª edição e neste ano ocorre entre os dias 29 de abril a 07 de maio no Espaço Cultural da Urca. Estão confirmadas as presenças de Ungulani Ba Ka Khosa, Paulina Chiziane, Pedro Mbate, Lucílio Mantaje, Sangare Okapi e Dany Wambire.

A escolha dos autores foi feita pela curadora do encontro e realizadora do Flipoços, Gisele Corrêa Ferreira, que observou, durante bastante tempo, os caminhos da literatura produzida no país africano e como a mesma chega e é lida no Brasil. Com isso, convidou os seis autores cujos nomes protagonizam o encontro e prometem agitar o cenário também brasileiro, onde várias pesquisas e estudos estão voltados á oralidade e a literatura moçambicana.

Estarão no encontro também o diretor de Cultura de Moçambique, Roberto Dove e o conselheiro cultural do país africano, Romualdo Jonham. Neste ano, o festival homenageia o país Moçambique, daí também o convite para que a comitiva esteja presente no festival. Os moçambicanos chegam ao Brasil no dia 29 de abril e já participam da festa de abertura do evento.

Durante os demais dias, dividem-se entre diferentes mesas, ações e participações com debates sobre a literatura africana, sobre o intercâmbio com o Brasil, visitas a locais históricos de Poços de Caldas e até mesmo um sarau na zona rural do município. Alguns dos escritores convidados também lançarão, no Flipoços, suas obras ainda inéditas no Brasil.

Programação e apoios
A vinda da comitiva de escritores moçambicanos conta com o apoio direto das editoras Kapulana e Nandyala, além da Embaixada de Moçambique no Brasil, CPCLP – Comissão para a Promoção de Conteúdo em Língua Portuguesa.

A programação do Flipoços 2017 pode ser conferida no site do festival www.flipocos.com e também pelas redes sociais na página Feira do Livro/Flipoços. O Flipoços 2017 e a 12ª Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas contam com o patrocínio do Grupo DME, Prefeitura Municipal, Mineração Curimbaba, CBA Votorantim, Supervale, Grupo Outcenter e Fribax e EPTV Sul de Minas. Parceria Cultural Sesc. Apoio IMS, Leiturinha, Câmara Brasileira do Livro, Câmara Mineira do Livro, Embaixada de Moçambique no Brasil, Camões Instituto de Línguas e Cooperação, CPCLP – Comissão para a Promoção de Conteúdo em Língua Portuguesa, Instituto Pró-Livro, ACIA Poços, Senac, Poços Convention, ANL – Associação Nacional das Livrarias, Secretarias de Estado da Cultura, Turismo, Relações Internacionais e Educação.

Realização GSC Eventos Especiais. Informações pelo (35) 3697 1551.

Conheça os autores:

Paulina Chiziane: Foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance. Lançou seu primeiro livro, “A balada de amor ao vento” em 1990. Contadora de histórias, arte que aprendeu com a avó, escreve sobre a esperança, o amor, as mulheres e a África do passado e do presente. Durante a juventude participou ativamente da cena política de seu país como membro da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), mas afastou-se para se dedicar à literatura. Ventos do Apocalipse (1993), O Sétimo Juramento (2000) e Niketche: Uma História de Poligamia (2002) são outros romances da autora, este último, publicado no Brasil pela editora Nandyala.

Ungulani Ba Ka Khosa: Nome tsonga (grupo étnico do sul de Moçambique) de Francisco Esaú Cossa, nasceu a 1º de Agosto de 1957, em Inhaminga, distrito de Cheringoma, província de Sofala, Moçambique. Professor de carreira, exerceu funções importantes em Moçambique como as de Diretor do Instituto Nacional do Livro e do Disco e Diretor Adjunto do Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual de Moçambique. Durante a década de 90, foi cronista assíduo de vários jornais. Atualmente exerce as funções de Diretor do Instituto Nacional do Livro e do Disco (INLD) e Secretário-Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO). Em 2007 venceu o Prêmio José Craveirinha de Literatura, com “Os sobreviventes da noite” e em 2013 venceu o Prêmio BCI de Literatura, com “Entre as memórias silenciadas”.

Mbate Pedro: Nasceu em Maputo em 1978, atua no programa Médico Sem Fronteiras e é uma das mais importantes vozes na poesia moçambicana da atualidade. É autor de três livros de poemas: O Mel Amargo (AEMO, 2005), Minarete de Medos e Outros Poemas (Índico, 2009). O seu último livro, Debaixo do Silêncio que Arde (Índico, 2015), foi agraciado com o Prémio BCI, para o melhor livro publicado em Moçambique e com uma menção honrosa do Prémio Glória de Sant’Anna (Portugal). Tem os seus textos (poemas e ensaios) dispersos em várias revistas literárias e jornais e tem colaboração em diversas antologias. Lança com exclusividade no Flipoços o seu terceiro livro de poemas, “Vácuos”.

Lucílio Manjate: Escritor e docente de Literatura na Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane. Tem publicados, para além de recensões críticas em jornais e revistas, os seguintes livros de ficção: Manifesto (2006), Os Silêncios do Narrador (2010), O Contador de Palavras (2012), A Legítima Dor da Dona Sebastião (2013) e O Jovem Caçador e a Velha Dentuça (2016). É coautor do livro de ensaios Literatura Moçambicana – Da Ameaça do Esquecimento à Urgência do Resgate (2015). Coorganizou as antologias Esperança e Certeza 2 (2008, contos), Era uma vez… (2009, contos) e Antologia Inédita – Outras vozes de Moçambique (2015, poesia). Em 2006, foi distinguido com o Prêmio Revelação das Telecomunicações de Moçambique e, em 2008, com o Prêmio 10 de Novembro, do Município de Maputo. É membro efetivo da Associação dos Escritores Moçambicanos e da Sociedade Moçambicana de Autores. Lança, no Flipoços, o infantil “O jovem caçador e a velha dentuça”, com a editora Kapulana.

Sangare Okapi: Nasceu em Maputo, capital de Moçambique. Professor, formado em ensino de Língua Portuguesa, Sangare Okapi tem livros de poesia e prêmios acumulados, como o Prémio Revelação FUNDAC Rui de Noronha, em 2002; Prémio Revelação AEMO/ICA de 2005; e Menção Honrosa no Prémio José Craveirinha de Literatura, em 2008.

Dany Wambire: Nascido Danito Gimo da Graça Avelino em 1989, em Manica (os pais são de Sofala). Cedo se tornou órfão, de pai aos 10, e de mãe aos 12 anos. Formou-se em professorado pelo então Instituto Nacional de Educação de Adultos (2006-2007) e foi trabalhar para o distrito de Machanga (2008), onde lhe foi diagnosticado o vírus da escrita. Tem dezenas de textos publicados, entre os anos de 2011, 2012 e 2013, em alguns dos principais jornais do País, nomeadamente: em O País, em @verdade, no Diário de Moçambique e na Revista Moçambicana e Lusófona Literatas. Licenciado em Ensino de História, com Habilitações em Geografia, pela Universidade Pedagógica de Moçambique, Dany Wambire, atualmente, sem dar férias ao escritor, é professor primário, na Beira, e diretor da Revista literária “Soletras – A sopradora de Letras. Recebeu Menção Honrosa no Prémio Internacional “José Luís Peixoto”, edição de 2013, com a obra “A adubada fecundidade e outros contos”.

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