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sexta-feira, março 29, 2024

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Felipe Rima une música, cinema e literatura para exaltar as periferias do Brasil em “Zareia”

 Dedicado em honrar as periferias brasileiras, incluindo a sua própria comunidade em Fortaleza, Felipe Rima – com quase duas décadas de legado no hip-hop – divulga o EP visual “Zareia” em todas as plataformas digitais. Neste projeto, composto por 4 canções autobiográficas, o rapper, escritor, palestrante e empresário cearense percorre seu itinerário de superação e convida o público a sonhar com outras realidades possíveis.

Abrindo os caminhos, a faixa-título “Zareia” mostra onde tudo começou. A favela da Zareia, localizada no bairro Papicu, em Fortaleza (CE), foi onde o artista – que precisou trabalhar ainda criança para auxiliar a mãe – cresceu. Muito cedo, viu irmão e tios presos. Seu pai, Ribamar, era viciado em crack e um dos maiores traficantes da capital cearense. Em dado momento, Felipe teve que segurar uma arma dada pelo genitor “para ter que virar homem”. E desistiu, inclusive, da ideia de ser jogador de futebol, mas ali, como um dos milhares de espaços de vulnerabilidade do Brasil, também é lugar de potência.

Quando tinha 14 anos, por meio do projeto social Enxame, Rima sentiu o poder da palavra. Com a poesia de Carlos Drummond de Andrade, mais precisamente com os versos “No meio do caminho tinha uma pedra”, teve a primeira reflexão sobre os rumos que sua vida estava tomando. “A pedra” seria, portanto, o crack e tudo o que advinha com a droga ilícita. Começou, então, a escrever e, logo mais, descobriu o hip-hop. Não parou mais. A arte tinha, para o então jovem, a capacidade de desvelar o olhar para o azul do céu, o movimento das árvores e dos pássaros — em meio a tantas intempéries. Ao fim desse som, Bráulio Bessa anuncia: “Seja rapper ou cordelista, o poeta é rimador/ Rima a sua própria história/ Seu sorriso, sua dor”.

Logo em seguida, “Quanto vale um sonho?” reafirma as lutas e instiga: “Levanta, vai lá/ O sorriso é seu/ Faz o corre, vai lá/ Porque o corre é seu”. 

É Açúcar – Matuêrrou” é uma espécie de “pausa técnica”. Nesta, uma indagação sobre as letras de Matuê, rapper cearense que obteve a melhor estreia no Spotify Brasil em 2020. Segundo Felipe, a exaltação do crime nas composições do novato o inquietou. No álbum  “Máquina do Tempo”, Matuê diz em um dos versos de “É Sal”: “Olha o caminhar do elemento/ É o passo bem lento, vai fechando o tempo/ Canhão, faca na cintura/ Disposição pra tombar duas viatura”. Em contraponto, Rima responde: “Mentindo nessa rima, tu tomba a cultura/ Quer um conselho, irmão?/ Não é sublime/ Fazer pose de artista e imitar o crime/ Esse jogo custa a vida/ E lágrimas de mãe/ Não é status pra artista/ Estourar champanhe”. Na mesma canção, o músico volta à Zareia com seu pai para distribuir livros à comunidade. Armas muito mais potentes, capazes de gerar uma revolução — explica a cantora e produtora Gabriela Savi, presente na faixa.

Fechando o trabalho, a história de realização daquele menino que tornou-se referência em múltiplas vertentes artísticas. Com a carreira já consolidada, o protagonista canta com sua comunidade na música “Na Minha Zaria”. Com participação de Salmos Rafael e DJ William (Baile de Favela), apresenta a “sua quebrada”, o lugar que sempre retorna: a Zareia.

Gravado no Red Bull Station, em São Paulo, EP conta com Rafael Tudesco assinando a direção e produção em parceria com Mr. Break e Salmos Rafael. Na arte, Zé Vitor. Já na produção executiva, Kelly Malheiros. Milena Gomes, Lucca Lyne, Ytalo Pereira e Brisa são os bailarines envolvolvides nas versões audiovisuais do registro.

Indo além da música e cinema, a ação contempla também literatura: “Quanto vale um Sonho” (2021), lançado pela editora Agir, desvenda como o ato de sonhar pode ser válvula de transformações de realidades. Com prefácio do cantor e compositor cearense Fagner, a obra está disponível nas versões impressa e digital.

A realização de todo esse movimento é da Sonhares Company – Espaço de Inspiração e Transformação.

Precisamos criar cenários que possibilitem a visita da felicidade aos olhos da juventude. Esse é mais um passo nessa minha jornada. É meu novo trabalho de arte para inspirar o mundo e propor debates para a evolução e a revolução”, ressalta Felipe Rima.

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