A Febacan, Federação Brasileira de Candomblé e Cultos Afros, lançou em parceria com o rapper TorOgum “Musalegy – A Benção aos Mais Velhos”, produzido na cidade de Francisco Morato. O projeto foi viabilizado através do Edital n°05/21, Lei Aldir Blanc n°14.017/20. A obra audiovisual foi criada como forma de homenagear o sacerdote Ademir Pereira Osório, conhecido como pai Ademir ti Osun.
O projeto tem como objetivo trazer para o público a importância do cuidado espiritual, trazendo de forma lúdica uma obra voltada aos adeptos das comunidades afros para contribuir no enriquecimento cultural.
“O roteiro foi elaborado para ser realizado na natureza, foram gravadas cenas na Cidade de Francisco Morato e na cachoeira de Bom Jesus dos Perdões. Todo o processo foi realizado de forma com que as pessoas conseguissem sentir a energia, que foi proposta na idealização do projeto”, comentou o rapper TorOgum. “Por ser adepto da religião, todo esse processo foi muito natural para mim e dessa forma produzimos esse conteúdo com muito respeito, carinho e dedicação”, completou.
Além do projeto Musalegy, a Febacan trabalha com o PORTAL CULTURA DE FRANCISCO MORATO, um projeto que visa a divulgação de artistas e comunidades tradicionais. Ainda esse ano, será realizada a inauguração da sede da Febacan, um espaço onde serão ministrados cursos preparatórios para a comunidade de Francisco Morato.
Inspirado na música “Musalegy” do artista TorOgum, a Febacan idealizou a criação de um curta metragem que de forma simplificada tem como objetivo trazer para o público a importância do cuidado espiritual.
Quem é pai Ademir ti Osun?
Ademir Pereira Osorio, conhecido como Ademir ti Osun (Omileji), presidente e sacerdote vitalício da Federação Brasileira de Candomblé e Cultos Afros (Febacan). É freqüentador de religiões de matrizes africanas desde os sete anos de idade, onde saia escondido para participar de sessões nos terreiros de Umbanda da época – em 1992 iniciou-se no culto ao Orixá na nação Ketu.
“Para ser bem sincero eu nunca sofri diretamente nenhum ataque ou violência devido a minha religião, já passei por situações agressivas e de ameaças, mas não por causa de minha religião, mas sim por pessoas que muitas das vezes querem usufruir de benefícios próprios usando o nome de nossa religião, e como todo religioso não pode admitir de forma alguma. Nossa religiosidade nada tem a ver com as falhas, defeitos, cobiças e ambições do ser humano e quando alguém tenta misturar as coisas pessoais ou materiais com o meu sagrado eu vou para cima e brigo mesmo. Pode me xingar, me maltratar, me caluniar, não quero nem saber, sou da opinião que cada coisa no seu devido lugar, tudo no seu momento, com certeza tudo tende a dar certo e a vida continuar”, reflete.