quarta-feira, janeiro 15, 2025

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“Da Boca”: novo álbum do ADL transita entre raízes clássicas do hip hop e a linguagem das comunidades

Reunindo o hip hop clássico com a linguagem atual, o grupo ADL (Além da Loucura) lança, nesta sexta-feira (13/12), o álbum “Da Boca”. Composto por 10 faixas, Ouça nas plataformas digitais e conta com participações de grandes nomes do rap nacional, como MV Bill, Sombra , DJ Cia e Ingrid Monteiro.

“Da Boca” trabalha a pluralidade de significados das palavras. Os artistas DK 47 e Lord, juntamente com os produtores TG e Índio, se inspiraram em gírias populares das comunidades do Rio de Janeiro para construir desde os versos até o conceito criativo do projeto. Conhecidos por letras que traçam um perfil detalhado da realidade das periferias brasileiras, o conjunto busca dar um novo holofote à cultura das favelas. 

Crias de Teresópolis, o conjunto ficou conhecido do público por conta das cyphers “Favela Vive”“Poetas no Topo”são referências do hip hop lírico e do boombap no Brasil. Para a construção musical de “Da Boca”, os produtores musicais do ADL, em colaboração com DJ Cia, Y4AN, Lenderk e Sativo, mergulharam nas raízes da vertente, buscando elementos orgânicos, como flautas, corais, entre outros, e analógicos que fizeram parte da popularização da sonoridade no mundo. 

A masterização foi assinada por Márcio Pombo, que utilizou a tecnologia de fita magnética de 1/4 polegada, inventada em 1928. “Essa foi a mídia mais precisa e popular usada para a gravação até a implementação do digital, que desde os anos 1980 foi ganhando seu espaço, deixando para a fita analógica, um papel mais artístico, menos cotidiano”, explica Índio. Numa velocidade de 15 polegadas por segundo, a técnica imprimiu uma característica sonora única para o álbum, usando, ainda, um Otari MTR-15, gravador do início dos anos 1990.

“Buscamos contar nesse projeto a história do hip hop de forma sonora, trazer esse debate para as raízes. O disco resgata essa textura de som que embalou os primórdios do rap e da discotecagem, bem pré-anos 2000. Para os amantes e apaixonados pela produção musical de excelência, as faixas são um prato cheio para degustação”, ressalta TG

Para complementar essa história, todas as canções contarão com audiovisuais exclusivos, que retratam bocas de pessoas da comunidade, em seus diversos traços, formatos e características. “Cada boca conta uma história, mesmo em silêncio. Então, a gente buscou mostrar a bagagem que cada um carrega consigo. Quem assistir, vai ver pessoas sorrindo, bocas enrugadas, ou até mesmo sem dentes, porque cada uma tem a sua trajetória”, aponta DK 47

Além disso, a capa do disco também retrata cenas comuns do dia a dia das comunidades. Realizada pelo artista visual de Teresópolis, Domeio, a arte traz o importante debate sobre o colorismo e a ancestralidade no “Brasil Favela”. “Também buscamos trazer um debate para o presente, mostrar como propor uma reunião e o diálogo dentro da luta. O hip hop é isso, é conversa”, conclui TG

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