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terça-feira, março 19, 2024

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Conheça as rappers que lutam pela libertação das mulheres em Cabul

Quando as minas do rap brasileiro falam sobre a desigualdade e a violência machista que é naturalizada no seio do hip hop, muita gente torce o nariz e vem com aquele discurso de que tudo é “mimimi”. Agora imagine mulheres fazendo rap e desafiando os padrões vigentes em lugares onde a ditadura e a perseguição política fazem parte do cotidiano.

É o caso das rappers Soosan Firooz, Sonita Alizadeh e Paradise Sorouri ,do Afeganistão. Em reportagem do site Pacific Standard, o jornalista William Hochberg afirma, “o Taliban já não pode controlar as ondas de rádio, mas as mulheres jovens no Afeganistão ainda enfrentam a tortura ou a morte para fazer música.”

“Tente ser uma mulher no Afeganistão.” A frase é um desafio, lançado por Soosan Firooz, artista que desencadeia versos de hip-hop para a câmera. “Vocês [homens] nunca sentem vergonha de sua própria infidelidade, mas quando eu levanto minha voz, vocês cortam minha língua. Dá o fora! Você não me criou.”

Firooz recebeu ameaças de sequestro, ataques com ácido e morte – um dos vários motivos que seu pai tornou-se seu guarda-costas. Fãs e haters comentam em sua página do YouTube. Na rede, uma apoiadora exorta: “Mantenha-se na luta irmã”.

Sonita Alizadeh, outra MC que fala da situação das mulheres em Cabul, lançou o clipe “Brides for sale”, um protesto contra algo que sentiu na própria pele, sua família levou em consideração a ideia de vendê-la duas vezes, quando ela tinha 10 anos, e aos 16.

Atualmente vivendo nos EUA, Alizadeh afirma: “no Afeganistão, basta ser mulher e cantar, não importa o tema, fazer isso é ser muito corajosa”, diz Alizadeh. Paradise Sorouri concorda, “Todos as artistas que trabalham no Afeganistão hoje estão arriscando suas vidas para que possam abrir o caminho para outras mulheres”, comenta a rapper em entrevista ao site The Observer.

No mundo inteiro, o rap feminino traz rimas que vão além do espectro masculino e suas faixas de privilégios. O rap pode ser tudo, pode falar de qualquer coisa, mas não pode deixar de ser a voz de quem luta por igualdade.

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