Andrew “Wake Self” Martinez, foi morto por um motorista bêbado em novembro de 2019 enquanto estava promovendo a festa de lançamento de seu próximo álbum no Meow Wolf, em Santa Fe.
Com apenas 30 anos na época, o ativista local e MC experiente deixou para trás sua amorosa família, uma comunidade que o adorava e inúmeros amigos que ainda estão de luto pela enorme perda – para não mencionar a florescente carreira de rap.
O homem ao volante, Diego Pichardo, foi finalmente condenado na terça-feira (31 de agosto), após ser declarado culpado de homicídio veicular no início deste verão. De acordo com a família de Wake Self, a juíza Mary Marlowe Sommer deu um tapa no agressor com uma sentença de 18 anos.
O irmão mais velho de Wake, Eric Martinez, escreveu uma declaração de impacto poderoso para o tribunal, mas também compartilhou suas idéias com o HipHopDX.
“A morte do meu irmão deixou um grande vazio em nossa comunidade”, diz ele. “Nossa família nunca será inteira novamente. Porém, esperamos agora com esta convicção e sentença máxima que sua morte não seja à toa. Os resultados do julgamento podem agora ser usados como jurisprudência precedente no Novo México e redefinir o padrão de tratamento das mortes por embriaguez ao dirigir. Muitas vezes, os infratores ao dirigir embriagados saíram com não muito mais do que um tapa no pulso, deixando as famílias da vítima sem nada e nenhum lugar para pedir justiça.”
“Mesmo na morte, o Wake Self mudou o jogo e agora as famílias das vítimas de embriaguez ao volante terão um caso de referência em que as consequências se tornaram graves por cometer esse crime sem sentido. Por favor, ouça nossa história e se você planeja beber – faça-o com responsabilidade. Planeje maneiras alternativas de chegar em casa depois de uma noite de bebedeira, para que todos possamos evitar outra tragédia.”
Pichardo estava dirigindo a mais de 100km por hora acima do limite de velocidade enquanto voava na contra-mão. Wake, que estava do lado direito da estrada, estava saindo de sua casa para colocar mais panfletos. Pichardo bateu de frente no carro de Wake numa violência estupida.
Martinez descreveu o telefonema horrível que recebeu na sequência do acidente como parte de sua declaração sobre o impacto da vítima.
“Na manhã do acidente, recebi um telefonema de um amigo em comum meu e de Andy”, escreveu ele em parte. “Ele disse que foi contatado por um estranho através da mídia social e estava preocupado que Andy estivesse envolvido em um acidente de carro na noite anterior. Liguei para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Christus St. Vincent em Santa Fé imediatamente e eles me informaram que havia uma pessoa não identificada na UTI que havia se envolvido em um acidente”.
Assim que Martinez chegou ao hospital, seus maiores temores se concretizaram – seu irmão caçula estava deitado sem responder, conectado a várias máquinas. Ele então teve que ligar para seus pais, Barbara e Al, para informá-los da terrível notícia. Eles pularam no carro e dirigiram por três horas de Gallup, Novo México, até Santa Fé, onde foram informados que ele precisava ser transferido para um Centro de Trauma Nível 1 em Albuquerque.
Assim que a transferência foi concluída, eles tiveram que tomar uma decisão quase impossível.
“Fomos informados de que não havia esperança e Andy acabaria tendo morte cerebral devido aos ferimentos sofridos nos destroços”, continuou ele. “Nunca vou me esquecer de ter que sentar com meus pais e confirmar que foi a decisão certa deixar Andy ir. Os gritos da minha mãe e o olhar do meu pai estão gravados na minha memória.”
O legado de Wake vive em sua música. Seu primeiro álbum póstumo, o misteriosamente intitulado “Ready To Live”, foi lançado no ano passado. Em uma reviravolta cruel do destino, dois de seus colaboradores – Zumbi Of Zion I e Gift of Gab – já faleceram também.
