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terça-feira, abril 30, 2024

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A Supreme morreu, mas passa bem

A Supreme morreu. É um sentimento compartilhado inúmeras vezes por blogs, fóruns, grupos do Discord, comentaristas do Instagram e TikTokers ao longo dos últimos anos, mas, finalmente, a condenação do Supreme pode realmente ter peso.

Não achamos que seja controverso afirmar que a Supreme atualmente não é mais o rolo compressor que definiu a cultura que já foi. A pergunta que importa é: Supreme está realmente “morta”?

Há um paradoxo engraçado no cerne da questão. Dentro do reino sempre nebuloso do streetwear, “morto” não se refere necessariamente a uma marca inativa ou mesmo inativa, simplesmente se refere a uma marca que perdeu a influência cultural que já teve. Marcas “mortas” não são tão legais ou badaladas quanto suas contrapartes.

Para ser claro, a Supreme continua sendo uma das maiores marcas de streetwear do mundo. Crucialmente, a Supreme desfruta perpetuamente do status da marca que vem a ser uma grife das ruas, um fator que a controladora da Supreme, a VF Corp, parece valorizar acima de dinheiro ou de qualquer coisa. Sim, a VF Corp vive até hoje de status.

Embora a receita da Supreme aparentemente não tenha atingido a meta de US$ 600 milhões – embora a VF Corp não anuncie retornos para marcas individuais, os números relatados colocam a receita anual da Supreme em algum lugar abaixo de US$ 450 milhões – a VF parece valorizar a “boa vontade” da marca da Supreme o suficiente para compensar a dívida contraída quando pagou US$ 2,1 bilhões pela Supreme em 2020.

Vamos lá, quem lembra da Anti Social Social Club? Uma marca que lançava coleções limitadas, exclusivas, que virou tendência popular nos anos 2000 pela internet. É, parece que estamos falando da Supreme, mas, não! A “exclusividade” era a tendência da época.

A diferença, obviamente, é que o ASSC foi um “meteoro”, um sucesso instantâneo que nunca teve a intenção de ser nada além de um nome cativante. Enquanto isso, a Supreme tem sido um ponto de contato cultural desde os anos 90.

O problema é que a Supreme realmente não mudou muito desde então. Digamos, é quase digno de nota que a Supreme finalmente trocou o domínio de seu site básico de Supremenewyork.com para o Supreme.com, desenvolvido pela Shopify (e você aí querendo criar um site para sua loja, tá bom), no início deste ano.

Essa consistência teimosa serviu bem à Supreme por anos. A Supreme foi indiscutivelmente a marca mais poderosa na cultura jovem durante toda a década de 2010. Suas colaborações de alto nível se esgotavam em milissegundos, pois fãs enlouquecidos pelo merchandising cobiçados (e caros, muito caro. Era praticamente o “outfit” da época) e imagens compartilhadas de si mesmos usando seus novos produtos no Tumblr (o instagram da época).

Mas os tempos mudaram, mesmo que a própria Supreme não mudou. Na era da mídia social, é reiterar ou morrer, e a Supreme claramente não deseja se renovar.

Naquela época, até mesmo as colaborações intermediárias da Supreme costumavam se esgotar instantaneamente, hoje a gente vê muitas curtidas (olha o status aí) e poucas vendas.

No entanto, a coleção Primavera / Verão 2023 da Supreme e The North Face – normalmente um dos lançamentos mais fodas da Supreme – ficou online por dias.

No mercado de segunda mão, os SS23 TNF Nuptses da Supreme estão sendo vendidos por cerca de US$ 100 no varejo.

Alguns dos designs anteriores da Supreme eram revendidos por mais de quatro dígitos, para comparação, (no Brasil nem se fala, né).

A falta de empolgação é palpável, especialmente em plataformas de terceiros da Supreme e onde os fãs avaliam e discutem lançamentos recentes da marca.

Na verdade, mais e mais produtos da Supreme estão por aí. Mas, com certeza: ninguém está no topo para sempre. R.I.P Supreme.

Fonte: Highsnobiety

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