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terça-feira, abril 16, 2024

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Ultrapassando a ponte: As peças pretas do grupo Xemalami

A Coluna Robotofavil apresenta o especial “Ultrapassando a Ponte”, com o rap feito no extremo sul de São Paulo, mostrando grupos e artistas que estão do outro lado da Ponte de Interlagos.

Começamos com o Xemalami, grupo que sobrevive aos modismos com seu rap underground, latino e politizado.

É preciso assumir um lado, entender onde você está. Saber que, por uma série de razões, nos empurraram para esta parte da cidade”, afirma Drezz, integrante do grupo Xemalami.

Sobreviventes que mandam seus raps alternativos e políticos diretamente do distrito do Grajaú, os membros do Xemalami estão trabalhando na divulgação do seu mais recente CD, o álbum “Sudamerica – As Peças Pretas Jogam”.

Os moradores da região conhecem bem o projeto “Xadrez Sem Muros”, que usa o xadrez para aproximar os jovens da periferia e traçar estratégias de divulgação das propostas de resistência além do rap, com discussões sobre o racismo estrutural, política e formas de combater a desigualdade num lugar que em que a criatividade é notória, mas briga diariamente com o desprezo do poder público.

Sudamerica – As Peças Pretas Jogam” traz rimas inteligentes e de combate, criadas do ponto de vista brasileiro, mas com a lente na realidade da América Latina e os ataques antidemocráticos dos políticos, militares e integrantes da elite branca.

O ouvinte não vai encontrar timbres e flows considerados atuais, as rimas são cruas, sem enfeites e muitos efeitos vocais no disco do Xemalami. O rolê lírico do grupo tenta desviar do que também ganha destaque na cena nacional: o desprezo pela origem e história do hip hop, racismo rimado em beats moderno, misoginia e cultura do estupro disfarçada de linhas sensuais.

Ouça o disco “Sudamerica – As Peças Pretas Jogam”:

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