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quinta-feira, março 28, 2024

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Sarau das Pretas faz homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela

Para celebrar o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, o Sarau das Pretas realiza, neste sábado (1º) um espetáculo no Sesc Itaquera, na zona leste de São Paulo (SP). A entrada é gratuita.

Formado pelas artistas Elizandra Souza, Débora Garcia, Thata Alves, Jô Freitas e Taissol Ziggy, o Sarau das Pretas homenageia, nesta edição, Tereza de Benguela, mulher que foi líder quilombola entre 1750 e 1770 no Mato Grosso (MT) e teve o dia 25 de julho instituído como seu dia desde 2014 no Brasil.

“Para nós mulheres negras 25 de julho é uma data a ser cada vez mais divulgada e fortalecida, pois assim fortalecemos também a nossa história coletiva”, destaca Jô Freitas, integrante do coletivo.

A ação acontece também em alusão a data de 25 de julho, quando comemora-se, desde 1992, o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. A data foi definida em um encontro na República Dominicana, quando discutiu-se eixos de poder e desigualdade de gênero, raça, classe e origem das mulheres negras.

Para a poeta Elizandra Souza, a data reforça o protagonismo das mulheres negras. “Podemos assim pautar isso nos professos políticos, sociais, econômicos e culturais na América Latina e no Caribe. Processos estes que até hoje são invisibilizados pela história oficial. Temos o compromisso de, através da nossa arte, reverenciar as mulheres de ontem, de hoje e as que ainda virão”, comentou.

Além da data celebrar a luta de mulheres negras de toda uma região, esta edição tem um valor especial para Débora Garcia, que é moradora do bairro. “Sempre estou circulando com o Sarau das Pretas e em outros projetos do qual faço parte. Os amigos e familiares sempre cobram porque raramente essas atividades acontecem no nosso bairro ou nas proximidades. Agora todos terão a oportunidade de conhecer o Sarau das Pretas, já que o Sesc Itaquera é um importante espaço de lazer para a comunidade. A expectativa é muito boa, tenho certeza que será uma apresentação inesquecível”, completou.

Em 2 de junho de 2014, a então presidenta Dilma Rousseff instituiu, por meio da Lei nº 12.987, o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Tereza Benguela liderou entre 1750 e 1770, após a morte de seu companheiro, José Piolho, o Quilombo do Quariterê, situado entre o rio Guaporé e a atual cidade de Cuiabá, capita de Mato Grosso. O lugar abrigava mais de 100 pessoas. Durante seu comando, a Rainha Tereza criou uma espécie de parlamento e reforçou a defesa do Quilombo do Quariterê com armas adquiridas a partir de trocas ou levadas como espólio após conflitos. Nas suas terras eram cultivados milho, feijão, mandioca, banana e algodão, utilizado na fabricação de tecidos.

Tereza de Benguela é, assim como outras heroínas negras, um dos nomes esquecidos pela historiografia nacional, que, nos últimos anos, devido ao engajamento do movimento de mulheres negras e à pesquisa ou ao resgate de documentos até então não devidamente estudados, na busca de recontar a história nacional e multiplicar as narrativas que revelam a formação sociopolítica brasileira.

Serviço:
Sarau das Pretas no Sesc Itaquera
Quando: sábado (1º) às 15h
Onde: Sesc Itaquera
Endereço: Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 – Itaquera
Ingresso: gratuito

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