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quinta-feira, março 28, 2024

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Rapadura lança seu primeiro disco, “Universo do Canto Falado”

Com mais de 20 anos de carreira independente e produções com mais de 5 milhões de visualizações, o músico Rapadura lança seu primeiro disco oficial “Universo do Canto Falado” nesta sexta-feira, 8 de maio, em todas as plataformas digitais. Com doze músicas autorais, o projeto tem produção musical de Carlos Cachaça e transita entre ritmos que vão desde os regionais, rock psicodélico e pop à raiz do artista no rap, com os já conhecidos speeds flows, beats e samples bem elaborados, e exploração da voz de maneira inusitada. A obra busca um universo paralelo entre o urbano e o imaginário nordestino.

Eu e Cachaça começamos a criar o disco em 2013, mas fomos para o estúdio entre 2018 e 2019. A ideia sempre foi criar um novo universo sonoro a partir da mistura de todas as influências musicais que carrego comigo, como o rap, rock, pop, folk, entre outros. São estilos que aprecio e entramos nesse desafio de trazer algo inovador para o público e sem perder a identidade”, explica Rapadura. “Nesse projeto me aprofundei mais no canto, permiti explorar minha voz além do flow, buscar novas melodias, que deixem mais nítidas as canções do meu interior. Algo mágico e profundo. Forte e sincero, como é meu povo”, diz.

Universo do Canto Falado” é a música que abre e dá nome ao disco. A letra aborda esse universo que existe entre o concreto e abstrato e traz a raiz do artista entre as rimas, rap e repente. Em seguida, a faixa “Saga Cega” apresenta uma mescla do rap com world music e regional, para contar uma trajetória difícil da vida do artista com a superação e vitória do nordestino. Com guitarra paraense e latin music, “País Sem Norte” é uma marca de Rapadura em sempre afirmar e se orgulhar de onde veio e quem se é.

A parceria com Baianasystem em “Olho de Boi” traz na união de rap, ragga, reggae e um icônico speedflow de Rapadura, um nordeste psicodélico e místico. O amuleto reflete os medos, demônios e como são afastados com a força e luz interior. A quinta faixa “Aboio” reflete sobre o pertencimento a todos os cantos e também à lugar nenhum. A imigração está no ato de colocar uma mochila nas costas e apenas ir. “Paga Pra Ver”, que marca a metade do disco, é uma mensagem sobre a desigualdade e desequilíbrio sociais em um rap enriquecido pelo rock e maracatu.

Meu Ceará”, no estilo boom bap, o clássico do rap, Rapadura homenageia sua terra natal com uma composição que conta o seu fantástico mundo, com uma dádiva divina e a luz do ventre de onde veio. A canção “Obra Criação” transita pelo rural e urbano na saga de um construtor de pontes entre a seca e o litoral, figurando a travessia entre os concretos e a tecnologia. “Quebra Queixo”, o primeiro single lançado do disco, em 2019, traz a sua regionalidade na vida e luta do povo contra o governo e a rebeldia da esperança. Para o artista, é um grande manifesto popular.

A libertação de seguir o próprio caminho, mesmo, muitas vezes, ele sendo o mais difícil é retratada em “Desapego”, uma mescla de pop, rap e rock, que provoca a sensação de tirar o peso do mundo nas costas. A faixa “Rap Star” é uma homenagem ao estilo que o faz seguir a carreira e o inspirou desde sempre – “O rap é a estrela que brilha dentro de nós. Nele não existe rei, nem melhor e nem pior… Ele não tem dono. É de todxs”, define o músico. Para fechar o disco, “A Peleja de Xique Chico”, um rap psicodélico que reflete sobre o ser desumano e como estamos nos tornando cada vez mais máquinas, tóxicos e prejudiciais à terra. Nos afastando cada vez mais do princípio e conceito de humanidade.

Nesse período de concepção, eu passei por muitas dúvidas sobre tudo. Tive momentos difíceis e pesamos. Mas quando me vi sem rumo, minha cultura me estendeu a mão e me trouxe de volta. Retornei ao meu eu com toda potência e fome acumuladas. Me reconheci outra vez, me aceitei e tudo foi escrito, produzido e gravado na mais pura sinceridade e lealdade a tudo que vivi nos últimos anos”, reflete Rapadura.

Em tempos tão frios, trago calor humano. Minha terra está em mim. Todo canto que piso, se torna Nordeste. Espero de verdade que todos consigam sentir tudo que tentamos compartilhar nesse projeto. E que sejam bem vindo ao Universo do Canto Falado”, complementa.

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