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quinta-feira, abril 18, 2024

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Quem é e o que pensa o rapper Dop [Entrevista]

Trocamos uma ideia com Diego Pereira, mais conhecido como Dop, rapper contratado pela gravadora South2East Recordz, que dirá um pouco sobre sua carreira…

Olá Dop, é um prazer para nós saber um pouco mais sobre você e o que vem por aí, vamos para as questões?!
Dop: Olá, o prazer é meu pela oportunidade de dar essa entrevista a vocês.

Há quanto tempo você está no Rap? Como começou? E quais suas influências?
Dop: Bem, eu costumo dizer que estou há 10 anos, mas na verdade estou há 9. Falo sempre um 1 ano a mais, porque conto o ano que comecei a ouvir rap e o adotei como estilo musical e de vida (risos). Eu comecei a fazer minhas primeiras rimas com 16 anos, foi no tempo que eu morava no bairro da Bela Vista, tinha mudado para lá em 2003 vindo do bairro da Pedreira (zona sul da capital). Certa vez fui visitar uns amigos de infância, daqueles que a gente tem certa rivalidade sabe?! (risos) Numa conversa eles me mostraram aquela parada, eu ouvi e pensei “se eles podem, eu posso!”, cheguei em casa e comecei a escrever. Eu tive influências de Mv Bill e Dexter e internacionais como Eminem, DMX e Jay Z, eu ouvia muito rock, desde bandas mais atuais a algumas antigas, que eu nem vou citar nomes porque são várias, mas minhas influências não veem da musica somente, eu sou da geração Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho e todas aquelas parafernálias que vem do Japão, HQ’s americanas como Batman, X-men, sou fissurado nessas paradas, e também busco influências nos jornais, notícias e coisas que acontecem comigo e com pessoas a minha volta todos os dias, são de fato minhas maiores influências.

De onde vem seu nome artístico?
Dop: Meu nome artístico vem das iniciais do meu nome completo, simplesmente, sem firulas (risos).

Atualmente você é contratado da South2East Recordz, gravadora do Tico Pro., como se deu essa contratação? O que isso trás de vantajoso para sua carreira? E o que você espera daqui pra frente?
Dop: Isso rolou ano passado, quando o Tico vinha de um rompimento, com seu antigo selo. Ele já conhecia o meu trabalho e me chamou pra fazer uma track para um projeto dele, no fim esse projeto acabou nem saindo, mas rendeu uma parada bacana… Não sei o que pode trazer de vantajoso pra mim, eu já considero uma vantagem fazer parte desse time, afinal eu dei muita sorte (apesar de não acreditar na mesma rs.) em conseguir um produtor como o Tico. Quanto ao que esperar daqui pra frente, eu espero muitas coisas mas prefiro não falar sobre, prefiro que elas aconteçam.

Como sabemos, seu primeiro álbum vem sendo produzido e tem o nome de “Bombástico”, o que devemos esperar do seu primeiro trabalho? E qual a sua expectativa? Como você se sente, com dez anos de carreira, sabendo que seu primeiro trabalho está tão próximo de ser lançado?
Dop: Cara, sinceramente vocês podem esperar um trabalho que não fica devendo absolutamente nada a tudo que está aí hoje, digo isso porque o álbum vem, com diversas influências de rock, reggae, samba e muitas participações, como o rapper Lu Alves, o rapper e produtor TH, Mc Barcelona, os manos do grupo Alastronda, Dews e Keu, o rapper californiano Thr33z e o líder e vocalista da banda Leões de Israel, Solano Jacob. Eu procuro não alimentar expectativas, pois eu trabalho com certezas, sem querer ser mala (risos). O títiulo do cd veio meio do nada, eu tinha uma música, com esse nome e em uma das minhas viagens pensei, “meu primeiro trampo tem que ser bombástico” daí o nome
E como me sentir diante disso?!, não sei, o que sei é que eu dei duro por este trampo, não só eu, o Tico também, Bombástico é uma obra tão dele quanto minha.

Como rapper, você é compositor, intérprete, roteirista e co-produtor na sua gravadora, tem mais alguma alguma área no meio artístico em que você trabalha ou tem a pretensão de trabalhar?
Dop: Olha eu tenho muita vontade de trabalhar dirigindo um clipe. Fico olhando aqueles clipes dos músicos famosos e fico pensando “truta eu posso fazer isso cara”, eu viajo (risos).

Conte-nos um pouco sobre a DopstaCorp, seu selo musical.
Dop: A DopstaCorp atualmente está em “stand by”, temos alguns projetos em fase de criação e um projeto musical em andamento com o Rapper Lú Alves que muito em breve estará na rua. É uma de minhas melhores ideias, mas precisa ser moldada, é necessária muita paciência e uma visão muito ampla, pra dirigir um selo, ainda estou em fase de aprendizagem e amadurecendo na South, mas logo a DC estará na ativa novamente, para gostos e desgostos.

Não posso deixar de perguntar, o que você pensa do cenário atual do Rap? Qual sua posição? O que não está bom, o que pode melhorar e o que favorece?
Dop: Hahaha cara, essa era a pergunta que eu esperava que vocês não me fizessem, mas vamos lá. Eu gosto da ver que a cena está em evidência, é muito bom ver artistas como Emicida e Racionais pondo a cara na tv e conquistando novos horizontes, mas isso não é o suficiente, acho que a cena ainda está muito limitada, grandes caras, com pensamentos e ações medíocres, tudo porque o Ego é o que conta hoje em dia. Minha posição é muito simples, eu sou um rapper anônimo fazendo meu o trabalho com precisão pra ser reconhecido. Como disse antes é bom ver caras do rap na tv,o que não é muito diferente do que fizeram Thaíde, Mv Bill, Sabotagem, Rappin Hood e Marcelo D2, em diferentes momentos do Rap, o que não é bom é toda essa falação em relação a quem está fazendo um bom trabalho. Essa ideologia do Rap é muito mal empregada, vejo uns moleques falando pelos cotovelos, sobre o “Rap de antigamente ser muito melhor”, que “Rap de verdade é Facção”, cara, até Pollo é Rap a diferença é que cada um faz o trabalho da maneira com a qual se identifica, eu não sou menos Rap que o Eduardo e o Eduardo não é mais Rap do que eu. Todo tem uma mensagem pra deixar, não importa qual seja só que tudo deve ser feito da maneira certa, respeitando prazos, valores, aprendizagem, não me venham com musicas e discursos meia boca, o Rap deve visar qualidade acima de tudo, seja em um single, seja no vídeo, desde um roteiro até o figurino, não chegue rimando “caneta com bombeta” em cima de batidas ruins, com flow e métrica ruins, dizendo que tá pesado, porque não está. Não seja um amador. Fazer a musica Rap é uma ciência e bem poucos no cenário hoje em dia dominam esta proeza. Uma coisa que eu acho que deveria mudar é uma bem simples, a galera devia parar de dividir o Rap, o Rap merece mais do que conquistou nos anos 90 e 00, eu sou um dos que estão dispostos a dar isso ao Rap, ninguém é obrigado a ouvir e curtir tudo que ta aí, rivalidade vai existir, mas públicos e artistas devem se respeitar como iguais, e quem diz isso é um cara que tem extrema dificuldade em respeitar certas paradas que existe no Rap hoje em dia (risos). E o que acho que favorece bem, são as redes, a tal da inclusão digital, é o que tem favorecido a cena em termos.

Quais suas considerações finais? E onde acompanhamos seu trabalho?
Dop: Quero agradecer mais uma vez pela oportunidade desta entrevista, e parabenizar o bom trabalho de vocês do ZonaSuburbana como veiculo de informação no cenário Hip-Hop. Vocês podem acompanhar meus trampos através e minha pagina no facebook (facebook.com/DopSouth2East), em meu twitter (twitter.com/Dopsta) e nos canais da South2East Recordz. Valeu!

É isso aí galera, espero que tenhamos esclarecido bastante coisa sobre quem é e o que pensa o Dop, fica aí essa entrevista para quem não conhece, conhecer e para quem já conhece acompanhar!

Por: Érika Dinonísio

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