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quarta-feira, abril 24, 2024

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Os curitibanos do São Nunca contam um pouco de sua história!

Grupo de Curitiba recentemente lançou o álbum “Neblina”

ZonaSuburbana: Primeiramente, nós queremos saber quem forma o São Nunca? Há quanto tempo existe e como formaram o grupo?
São Nunca:
Primeiramente, um salve pra galera do ZonaSuburbana! Então somos em 3: Ponthe, Raposo e Gw. O grupo começou em 2008, mas começamos a fazer Rap juntos em 2007 – com freestyles na rua – e já estávamos começando algumas gravações caseiras, passou algum tempo e tivemos a ideia de formar um grupo para lançar os sons mas cada um já tinha um projeto, o Ponthe e o Raposo estavam começando e o Gw já tinha um projeto há um tempo chamado “Caixa de Som”. O São Nunca começou lançando as músicas “Da semente à murruga” e “Auto Estima”  que trouxeram bons resultados na época (o que a gente não esperava) e nos deu mais ânimo para começar a ver o Rap de maneira mais profissional.

ZonaSuburbana: Que forma de divulgação tem ajudado o trabalho de vocês, a chegar cada vez mais longe? O que tem lucrado mais financeiramente? Vocês tem projetos paralelos ao grupo?
São Nunca:
Olha, as redes sociais e a propaganda boca-a-boca que na nossa opinião é a mais forte, nada paga quando uma pessoa mostra sua música para uma outra e assim por diante, além de shows e o trabalho de assessoria de imprensa que o nosso parceiro Guilherme Custódio, o “Fogo”, tem feito de uma maneira da hora, tendo até o lançamento do CD ganhado nota no principal jornal da City. O que tem lucrado mais são os shows com certeza, hoje em dia o CD virou mais um material promocional do que propriamente um produto para o grupo, mas às vezes os pingados que entra de CD ajuda muito, às vezes muito mesmo(risos). E um segmento legal que apareceu também, agora, mas que ainda estamos em fase de aprovação é de workshops em escolas – dar palestras sobre o Rap, desde a história, até como é feito um beat ou uma preparação para show. E temos alguns projetos que englobam o Rap como, por exemplo, uma loja online só com produtos do Hip-Hop paranaense, com foco no Rap curitibano que em breve deve estar no ar, e duas marcas de roupa, uma já lançada que é a “Cabrobró” que quem gerencia mais é o Gw e outra que ainda está em fase de ‘construção’. Além, também, de, no momento, estarmos um pouco devagar, mas planejamos voltar com produção cultural. E nós 3 estudamos com coisas que criamos interesse e utilizamos no Rap: o Ponthe está se formando na área de Design e o Raposo e o Gw acadêmicos de publicidade e propaganda. Então coisas que antigamente terceirizávamos hoje já fazemos nós mesmos desde vetorizar uma logomarca antiga até pensar estratégias de divulgação e marketing, isso de certa forma gera economia, o que na ponta do lápis é um ganho enorme!

ZonaSuburbana: No Rap nacional existe um eixo São Paulo – Rio de Janeiro que é sempre o centro das atenções, não só pelos grupos pioneiros formados neles mas por também ter formado um cenário social e cultural bem denso, que acaba como referência. É notável que, hoje, o Rap já chegou a todos os cantos do país e tem vários cenários locais em cada cidade. Pra vocês que são de Curitiba, Paraná esse eixo tem dificultado a expansão do trabalho?
São Nunca:
Dificultar na verdade é uma palavra muito forte, mas eu acho que o acaba gerando, na verdade, aquela velha história de que santo de casa não faz milagre, o artista de fora acaba tendo mais visibilidade e status se tratando da nossa cena local. Mas agora se sair de Curitiba você vê que não é tão difícil expandir o trabalho, um exemplo é a Karol Conká que não é do eixo e tem tido ótimos resultados, ou mesmo se espelhar na conceituada cena dos beats. Resumindo, a gente não se prende muito nessa questão e muito menos enxerga ser de Curitiba como um obstáculo, muito pelo contrário, temos orgulho e procuramos enxergar os pontos positivos e fortes da nossa cultura, que a cada dia se fortalece mais e ainda vai mostrar e gerar muita coisa pro Rap Nacional.

ZonaSuburbana: Falando nos beatmakers, o sul é uma região privilegiada. Na produção de “Santo Forte” são vários beatmakers que assinam as produções. O que já não houve “Neblina”, vocês vieram com Lucas Pombo e DJ MK nas bases. Por que a escolha de apenas dois produtores?
São Nunca:
(Risos) Olha boa pergunta, depois de “Santo Forte” a ideia era lançar um EP com 6 músicas, então como o Nel Sentimentum que era o nosso produtor antes teve filho e teve que deixar o Rap um pouco de lado por enquanto, a gente teve que correr atrás de um lugar pra gravar, e o MK foi a referência de mix e master que mais agradou, fomos ao estúdio dele pra conversar sobre o processo e pedimos pra olhar os beats que ele tinha, já saímos do estúdio com alguns beats num pendrive e selecionamos os 6, depois o Lucas Pombo apareceu com umas amostras sinistras e a gente não teve como não repensar o projeto (risos) o moleque tem muito talento!

ZonaSuburbana: Como vocês se organizam pra sincronizar as ideias de vocês em cada letra? Vocês se divergem na forma de pensar ou seguem a mesma linha de pensamento?
São Nunca:
Na verdade é bem raro a gente divergir, o que acontece na maioria das letras é a gente se reunir escutar o beat, pensar o tema e cada um escrever por si ou a gente leva o beat pra casa pensa um tema e depois passa aos demais pra pensarem sobre o assunto, ai cada um traz sua visão sobre o tema, o que dá a liberdade pra ter um pouco de cada um nas letras. E fora os refrões que geralmente escrevemos juntos, cada um canta a parte que escreve.

ZonaSuburbana: Quando se trata de um grupo é tudo um pouco mais difícil desde a hora de escolher os temas(as vezes alguém está mais inspirado, outro está sem inspiração) até a hora das apresentações (sempre tem o que é mais tímido, ou quem se desenvolve mais).  Vocês já tiram de letra essas dificuldades? Já aconteceu de quererem desfazer o grupo? E de alguém querer fazer carreira solo?
São Nunca:
Olha por enquanto não, um dos pontos fortes do São Nunca é a união, antes de ser um grupo de Rap somos amigos, com certeza como em toda convivência surgem conflitos e até por a gente viver muito o lado pessoal um do outro acaba gerando brigas, mas não por motivo de música, shows e etc.  Quanto à carreira solo talvez um dia possa surgir como projeto, ou de repente músicas solos, mas dentro de um álbum do São Nunca. O futuro a Deus pertence

ZonaSuburbana:  Quais são as pretensões pro novo trabalho “Neblina”? O que ele representa na carreira do grupo?  Vai rolar vídeo-clipe de algum som?
São Nunca:
A pretensão é disseminar o trabalho pelo Brasil, o principal projeto é sair de Curitiba, levar o CD até o mais longe que ele possa ir. Esse álbum representa uma fase de superação, até por isso o nome Neblina, porque a neblina remete a algo que dificulta a “visibilidade” mas antecipa o nascimento do Sol, que como figura de linguagem fala por si só. “Amanhã é outro dia a neblina trouxe o sol pra cá”
E quanto aos clipes a intenção é fazer o máximo possível, mas já estamos com algumas ideias pro “Enquanto Houver Amanhã” e “Aflordisiaca”

ZonaSuburbana: Agora que nós já conhecemos um pouco mais sobre o São Nunca, vocês podem deixar os contatos de vocês pra quem quiser acompanhar o trabalho
do grupo e também pra quem quiser contratá-los pra shows, comprar camisetas etc.

São Nunca:
www.SAONUNCACWB.com.br

ZonaSuburbana: Foi um prazer para nós entrevistá-los, espero que o trabalho de vocês seja próspero!
São Nunca:
Um abraço, obrigado pelo convite! E um salve a todos os leitores!!!

Aqui temos a faixa “Hipnose” presente no álbum ‘Neblina’, disponível aqui.

Por: Érika Dionísio

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