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Mapa da Violência 2016: Jovens negros morrem duas vezes mais do que os brancos

Número de jovens brancos mortos caiu 26% nos últimos 12 anos. Já o de negros aumentou 46,9%.

Segundo o Mapa da Violência, jovens negros, com idade entre 15 e 29 anos, que vivem em comunidades carentes, morrem duas vezes mais por arma de fogo do que os brancos. De acordo com reportagem da rádio CBN, só em 2014, 25.255 pessoas dessa faixa etária foram assassinadas. O programa profissão repórter de ontem (24/08) também divulgou o estudo e fez um especial sobre o tema.

Artistas, militantes do hip hop e de coletivos periféricos sempre abordaram o genocídio da juventude negra brasileira, o estudo divulgado nesta semana apenas confirma o que muitos ativistas, DJs e MCs denunciam há décadas.

De acordo com DJ Cortecertu, em artigo na Revista Fórum, parte da sociedade brasileira tenta minimizar os acontecimentos pela negação da realidade, pelo seu foco no fator econômico e de classe. Dizem que brancos e negros são iguais na pobreza.

O Fórum de Hip Hop Municipal de São Paulo é outra organização que combate o genocídio da juventude negra e cobra políticas públicas para os jovens periféricos. Djneew, colaborador do site Bocada Forte, comenta em artigo publicado no site: “Ainda ouvimos velhas frases impregnadas no cotidiano, as mais famosas e clássicas são: ‘também, o que ele estava fazendo aquela hora na rua?’, e ‘se morreu é porque devia'”. O que DJneww fala pode ser confirmado nas redes sociais e nos comentários de grandes sites de notícias como o G1. Sempre que sai uma reportagem sobre a violência nas periferias, surgem comentários do tipo “por que não fazem uma matéria sobre os policiais que são assassinados em combate”. “A real é que reportagem sobre mortes de policiais também são publicadas, mas os conservadores e reacionários, ao pedir algo do tipo, querem mesmo é que não existam estudos e matérias sobre o genocídio da juventune negra“, afirma DJ Cortecertu

Mães presenciam assassinato dos próprios filhos muitas vezes na porta de casa. É também uma realidade de outras mães da comunidade: http://glo.bo/2bp61lv #ProfissãoRepórter

Publicado por Profissão Repórter em Quarta, 24 de agosto de 2016

Marcão Baixada, rapper do Rio de Janeiro, une estética do rap que está dominando a cena mundial e p discurso combatente na música “Jovem negro vivo” , que também aborda o tema do Mapa da Violência 2016.

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Mesmo com tamanha distância entre o número de mortes entre negros e brancos, muitos jovens negros parecem não perceber o verdadeiro tamanho do problema. “Tem gente que passa a vida toda sem perceber que sofreu racismo, assim como tem gente que passa a vida toda achando que é “moreninho”. Não se compreende, não se aceita, não se descobre. A tal da miscigenação no Brasil colaborou pra isso, muita gente não sabe o que é. Então como essa pessoa vai saber que ela também é um alvo?”, questiona Rashid, um dos MCs mais famosos do país, em entrevista publicada no site Alma Preta.

“Aqui o racismo não perdoa nem atleta, nem famosos, e seguem nos matando escondendo e negando nossa história de resistência pra que nos adequamos à política liberal […] precisamos derrubar os autos de resistência, defender as cotas em universidades públicas, defender a implementação da lei de ensino de história da África, buscar compreender nossa história sob o olhar dos nossos, exigir a equidade de acesso na saúde da população negra e o fim dos extermínios de jovens negros, o fim das chacinas, incêndios suspeitos e desocupações violentas nas periferias, é o que está tendo pra que nossa existência não seja ainda mais ameaçada do que já está, enquanto povo”, conclui Katiara, militante do hip hop que integra o coletivo Kilombagem.

LEIA TAMBÉM: Estados do Nordeste lideram mortes por arma de fogo no Brasil

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