No dia 4 de agosto de 2008, o rapper Kamau trouxe ao mundo o disco “Non Ducor Duco”, segundo trampo, com nome inspirado no lema do brasão da cidade de São Paulo, com significado: “Não sou conduzido, conduzo”. Esse álbum trouxe uma musicalidade ainda pouco explorada no rap daquela época, com rimas melódicas, temas introspectivos e os love songs do romantismo de Kamau, porém sem deixar de lado as criticas sociais e a dura realidade dos jovens de periferia.
“Non Ducor Duco” veio recheado de participações especiais, nesse trabalhou colou o DJ Willian, DJ Suissac, Parteum, Rashid, Stefanie, Emicida, Rincón Sapiência, Nave, Munhoz, Rael, Jeffe, KL Jay, Rick, Emicida, Thalma e o saudoso DJ Primo. Além desse time de peso, o álbum contém produções do próprio Kamau, como nas faixas “Komwé” e “Instinto”.
O disco é um clássico do rap nacional, muitos nomes da atual cena beberam dessa fonte. O álbum consagra a transição entre as fases do rap, quando a clima gangsta é deixado de lado e entra uma parada mais introspectiva, reflexiva, o que na época era o underground do gênero no Brasil.
O registro de Kamau é importante também pela sua concepção e construção, o fato de trabalhar com diversos beatmakers em suas 17 faixas, com letras que conversam diretamente com o jovem, abordando seus dilemas, e com a atmosfera paulistana, que vai desde o nome do disco a locações citadas nas músicas, tudo isso traz algo memorável, e pode ser sintetizado como Kamau cita em seu verso na letra “Avuá” (ouça aqui), do Emicida e da banca do Laboratório Fantasma: “Pra que alguns se sentissem no topo, alguém tinha que ser fundamento!”
Confira aí esse trampo:
