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quarta-feira, abril 24, 2024

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Confira “Equação”, novo EP do MC baiano Diego 157

Diego 157, rapper, produtor e militante baiano acaba de lançar Equação, o primeiro registro de uma série de três EPs. O artista concedeu uma entrevista ao Zona Suburbana para falar de seu projeto e a atual postura dos artistas do rap.

ZS: Fala um pouco sobre esse EP.
Diego 157: Meu parceiro, eu sou muito fã dos beats do Apollo Brown, tá ligado? É a linhagem de instrumental que eu mais curto, daí selecionei alguns beats dele e lancei esse EP Equação, que é o primeiro de uma série de três, só com produção do Apollo. Aí convidei uns chegados e caí pra dentro.

ZS: Você chega com letras sérias e sem enfeites. Acha que fazer um estilo assim é manter-se fiel ao que acredita que é hip hop?
Diego 157: Sim, eu só sou a continuação da linhagem de rap que eu acredito transformar as pessoas. Agregar com conteúdo é somar, partilhar conhecimentos é dividir, no melhor sentido da palavra. Posicionamentos sérios multiplicados nos trazem resultados positivos, essa é a minha equação. Esse é o meu hip hop.

ZS: E a intro do EP? Quis dar uma ideia de ancestralidade, família e religiosidade?
Diego 157: Bem por aí, família é a base, é de onde nos sustentamos e, pra coroar isso e homenagear minha vó, Mãe Rosa (como é conhecida), utilizei uns áudios que ela mandou pra mim através do Whatsapp da minha mãe. Iniciar um trabalho dessa forma é gratificante pra mim, pois remete ao respeito para com os mais velhos, e minha vó. no auge dos 90 e poucos anos é digna de tudo isso.

ZS: Com um disco assim, cheio de atitude, me diga uma coisa. Em relação a posicionamentos diante de tanta coisa rolando no país, a cena rap está meio bunda mole hoje em dia?
Diego 157: Ando me questionando sobre isso, penso que o rap daqui anda meio pelo avesso. Se observarmos bem, quais são os nomes em evidência na atual cena do rap brasileiro? Podemos citar Haikkais, Filipe Ret, Costa Gold, Cacife Clandestino, 3030, entre outros. E o que eles tem em comum? São todos brancos e estão fazendo o mesmo tipo de som. Se voltarmos aos anos 90, o que tínhamos no front era GOG, MV Bill, Racionais, DMN, Consciência Humana, Clã Nordestino. O que rolava em comum: eram todos pretos e com o mesmo tipo de som, porém o cunho social, político e de enfrentamento que tínhamos com a vanguarda já não se vê com os grupos emergentes de hoje, com ressalvas claro. Segundo o Spotify o rap é o gênero musical mais ouvido no mundo, então seria interessante que além de entreter esse público que consome a música rap os grupos pudessem levantar questões, posicionamentos apontar direcionamentos diante das armadilhas que nos são impostas diariamente.

PLAY
A ideia foi dada, agora é ouvir o Ep e aguardar os outros.

+em www.facebook.com/Diegowu57

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