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quarta-feira, abril 24, 2024

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A Companhia Do Miolo apresenta o espetáculo teatral de rua “Luzeiros”

No dia 05 de dezembro, a Companhia do Miolo estreia seu mais novo espetáculo com apresentações na Praça do Patriarca e segue em temporada passando por lugares emblemáticos de São Paulo como: Vão do MASP, Pátio do Colégio e Largo São Bento, convidando o público para uma imersão neste trabalho com a rua que vem sendo consolidado ao longo de sua trajetória.

Nos últimos quatro anos a Companhia do Miolo desenvolveu uma pesquisa sobre esgotamento e utopia na cidade, que deram fruto aos espetáculos Taiô, Em Caso de Emergência, Casa de Tolerância e que agora culmina no novo trabalho –  “Luzeiros”, obra que reflete a trajetória do grupo frente às experiências diversas das ruas.

O que fazer quando a dureza da realidade nos impede de vislumbrar um horizonte? Esta foi a questão que o núcleo de criação enfrentou ao se debruçar sobre as memórias coletivas de resistência e luta, na tentativa de entender, a partir das suas próprias experiências, o esgotamento e a utopia. Para tratar da questão o grupo criou uma narrativa a partir de uma cidade devastada pela guerra, onde sobrou apenas uma mulher – que fincou raízes nos escombros, e uma menina – com ânsias de navegar. As personagens abrem o espetáculo com a pergunta: era mesmo uma cidade?

Foi necessário nos colocarmos nessa situação limite: não reconhecer a cidade, não reconhecer mais a realidade, a fim de encontrar possibilidades de enfrentar nosso próprio sentimento de impotência” diz o diretor da montagem Iarlei Rangel.

Na iminência do total esgotamento o espetáculo expõe a necessidade de se levantar, como se levantam as cidades: para além das trincheiras. Apresenta uma voz de duas personagens que transitam da paralisia a perplexidade, diante da vida e do outro.

Esse Luzeiros atravessa a nossa experiência de vida, nossa história; é um tanto a consequência de como se formaram nossos sonhos, nossas éticas e afetos; toca também nossos embates atuais mais profundos; um mergulho no fazer teatral das ruas” diz a atriz Renata Lemes. “A imagem de milhares de pessoas que se arriscam na travessia temerosa do mar à procura de outras cidades e países, nos permitiu olhar além dos cemitérios e ruinas do atual estado de coisas, e avistar pela primeira vez o mar! A poética insiste: É preciso levantar como uma cidade que se levanta! Nalgum lugar as multidões se põem tomadas de valentia! A utopia talvez inútil é urgente!” – complementa Renata.

Parte da pesquisa de criação de Luzeiros aconteceu em um Depositário Judicial no bairro da Penha – local onde se entulham objetos diversos, que remetem tanto a história da cidade quanto às memórias das pessoas que perderam seus pertences. Foi nessa imbricação de escombros – que mistura a materialidade da cidade à vida privada – que o cenógrafo Eliseu Weide, inspirou-se para desenvolver seu trabalho. A partir da metáfora de roupas-corpos-sepultados, o artista criou uma instalação que revela – tanto nos elementos de nossa cotidianidade (guarda-roupa, geladeira, bonecas), quanto nas sobras de uma cidade (carros, torres, placas, antenas, etc.) – um emaranhado de memórias, resquícios de mulheres e homens, construindo assim um espaço liminar entre o que se esgotou e o que está por vir. A aposta é no tempo presente que se faz com o público, este que também compõe a cidade.

Dias 05, 06,07/12 na Praça do Patriarca em dois horários às 18h30 e às 20h30
Dia 08/12 no Vão do Masp em dois horários às 18h30 e às 20h30
Dias 09, 12 e 13/12 no Pátio do Colégio em dois horários às 18h30 e às 20h30
Dias 14,15 e 16/12 no Largo São Bento em dois horários às 18h30 e às 20h30
Em caso de chuva não haverá espetáculo
Para maiores informações: [email protected] / Tel: 11-3871-0871
Acesse: ciadomiolo.blogspot.com.br e www.facebook.com/CompanhiaDoMiolo

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